Segundo o analista de mercado da Grão Direto, tivemos mais uma semana marcada por intensa oscilação em Chicago. E dessa vez o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foi o principal motivo dessa movimentação.
Na última sexta-feira (12/08) foram divulgados os novos números de oferta e demanda de produtos agrícolas no mundo. O relatório aumentou a projeção da produção americana, o número apresentado foi de 123,6 milhões de toneladas, contra 122,6 milhões de julho. Consequentemente, os estoques finais foram elevados, saindo de 6,26 para 6,67 milhões de toneladas - aumentando as perspectivas de exportações em +0,54 milhões de toneladas. Esses números trouxeram surpresas ao mercado de soja, onde o consenso era de diminuição, em relação ao mês de julho.
Para o Brasil, as expectativas se mantiveram em produção recorde de 149 milhões de toneladas para a próxima safra. Diante disso, o relatório apresentou números que aumentam em aproximadamente 1,39 milhões de toneladas a produção mundial - resultando em acréscimo de aproximadamente +1,80% nos estoques finais.
Em contrapeso a esses números, a semana foi marcada por chuvas mal distribuídas e altas temperaturas no meio-oeste americano, o que provocou alta nas cotações. Diante disso, o contrato com vencimento em agosto/2022 fechou a semana valendo U$16,69 o bushel (+3,28%). O contrato com vencimento em março/2023 também fechou com alta, de +2,75%, sendo cotado a U$14,56/bushel.
O dólar seguiu em queda na semana, fechando a sexta-feira valendo R$5,07 (-1,93%). O foco dos mercados seguiu pautado na melhora das expectativas da inflação americana no médio prazo, trazendo alívio de uma possível recessão mundial mais profunda. No Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) veio negativo - 0,68% em julho. Isso, principalmente em razão dos cortes de preços dos combustíveis, contribuindo com esse movimento de queda da moeda americana.
A alta de Chicago prevaleceu diante da queda do dólar, provocando valorização nos preços do mercado brasileiro em relação à semana anterior.
Para esta semana, possivelmente, o mercado continuará absorvendo os números trazidos pelo USDA. Além disso, as previsões climáticas apontam para uma semana com boas quantidades de chuvas nos estados produtores americanos.
De acordo com o analista Ruan Sene, da plataforma Grão Direto, isso poderá provocar desvalorização em Chicago. Além disso, movimentos de compras, principalmente da China, também poderão influenciar o mercado.
O dólar poderá ter uma semana de queda, pressionado pela melhora nas expectativas da inflação.
Com dólar e Chicago em queda, a semana poderá ser marcada pela queda dos preços no Brasil, em relação à semana anterior.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também influenciou o mercado de milho, porém trazendo números mais próximos do esperado pelo mercado.
Diante de inúmeras semanas com chuvas abaixo da média no meio-oeste americano, o milho sofreu redução na expectativa de produção. De acordo com o relatório, houve diminuição na expectativa de produção americana, saindo de 368,45 para 364,74 milhões de toneladas. Isso acarretou na redução de estoques finais de 2,08 milhões de toneladas. No Brasil, os números foram mantidos para produção de 126 milhões de toneladas.
De acordo com a Grão Direto, essa queda nos números americanos fortalece o argumento de que o Brasil será um importante fornecedor de milho para o mundo, sendo fator importante que poderá contribuir para melhorar os preços brasileiros - caso esse cenário se confirme.
Outro dado que reforça essa demanda pelo cereal brasileiro é a média de exportação diária no mês de agosto, divulgado pelo Secex (Secretaria de Comércio Exterior), que até o momento mostra-se aproximadamente 70% maior que no mesmo período do ano passado. Caso esses números se mantiverem, teremos um mês bem significativo nas exportações.
Falando em mercado externo, Chicago (CBOT) finalizou a semana com alta de +4,43%, encerrando a 6,36 dólares por bushel. Já o dólar fechou a semana com queda, valendo R$5,07.
No cenário de alta em Chicago e queda no dólar, as exportações tendem a ficar estáveis. Contudo, em um cenário de alta demanda mundial essa regra não vem sendo seguida.
Para esta semana, o mercado continuará monitorando de perto a evolução do clima nas regiões produtoras dos EUA. As demandas externas também poderão influenciar o mercado. Diante disso, as cotações poderão ter uma semana de leve alta.
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