Publicado em 17/08/2022 11h29

Ministro admite receio de gargalo na entrega de fertilizantes

Marcos Montes, da Agricultura, afirma que produtores estão esperando o preço cair para comprar, o que pode causar um problema logístico.
Por: Estadão Conteúdo

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou que há um receio da pasta com eventual gargalo logístico na chegada dos fertilizantes nas fazendas para adubação da safra 2022/23, embora os insumos estejam internalizados no País.

"Alguns produtores estão aguardando o preço cair para poder comprar, o que pode criar um problema de logística na hora crucial. A logística pode ser atrapalhada, mas há fertilizantes. Nosso receio é de que produtores retardem a compra e isso crie gargalo de logística no futuro", disse Montes em coletiva de imprensa no 13.º Congresso Brasileiro do Algodão, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Ele afirmou que os preços dos adubos já cederam, embora ainda não estejam no patamar desejado pelos agricultores. "O produtor terá de se adequar ao que está aí, mas tem o produto. Fertilizantes estão todos no País", reforçou.

O abastecimento interno de adubos para a safra 2022/23 era uma das principais preocupações do setor produtivo após a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia, dada a dependência externa do Brasil para o suprimento doméstico e a elevada participação da Rússia nas importações brasileiras.

Algodão do Brasil

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, projetou que em dez anos o Brasil será o maior exportado mundial de algodão, passando dos atuais 2 milhões de toneladas exportadas para cerca de 4 milhões de toneladas.

"Este é o Brasil que queremos. Vocês, do setor de algodão, mostram a verdade do Brasil. Algodão é uma das nossas principais riquezas. Algodão já possui autocontrole que buscamos para todos segmentos", disse Montes, durante a abertura do 13º Congresso Brasileiro do Algodão.

Montes criticou novamente as cobranças de países, como a França, sobre a sustentabilidade do agronegócio brasileiro. "A França não aceita país competitivo como o Brasil e usa a proteção ambiental come escudo", disse.

O ministro voltou a afirmar que o agro brasileiro "não ficou em casa" durante a pandemia de covid-19. "O agro olhou para a frente e o Brasil deu certo. A grande maioria dos países vive momentos trágicos. Temos vizinhos perto que estão vivendo momentos dramáticos", disse, apontando que a queda da taxa de desemprego, o recuo da inflação e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) se devem também ao esforço dos produtores brasileiros.

O evento reúne cerca de 3 mil pessoas, entre cotonicultores, pesquisadores, indústrias de insumos e lideranças do setor.

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