Existe uma “alta probabilidade” de um cenário Niña até janeiro de 2023 – e essa é uma péssima notícia para soja. “O cenário de uma nova fase La Niña durante o plantio de grãos está praticamente confirmado”, afirma o portal especializado Valor Soja.
“A última previsão divulgada pelo Climate Prediction Center e pelo International Research Institute for Climate and Society (CPC/IRI) indica que a probabilidade de continuação de uma fase Niña para o último trimestre deste ano é de 79%, enquanto há um mês era de 66%. O fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENSO), que inclui a oscilação dos parâmetros meteorológicos do Oceano Pacífico equatorial, é uma variável chave, que geralmente causa chuvas abaixo do normal em grande parte das regiões agrícolas da América do Sul”, aponta.
De acordo com os institutos de meteorologia, a situação que só começaria a migrar para uma fase “Neutra” por volta de fevereiro ou março do próximo ano. “Ou seja: a prevalência de uma nova fase Niña – que ocorreria pela terceira safra consecutiva – já estaria praticamente confirmada no período de plantio de soja e milho 2022/23 na Argentina, Uruguai e sul do Brasil”, aponta o Valor Soja.
Segundo o portal, o fato de estarmos no mês de agosto torna bastante improvável que o processo de resfriamento do Pacífico equatorial possa ser revertido nos próximos meses, que é justamente o que caracteriza o La Niña: “A persistência do fenômeno já está afetando muitos lotes de trigo presentes na Argentina, que não possuem reservas de umidade suficientes para desenvolver seu potencial. E se as chuvas não aparecerem em quantidade suficiente durante a primavera, o resultado final da safra não será dos melhores”.