A China já apresentou seus requisitos fitossanitários para receber o farelo de soja brasileiro acertado no acordo de exportação emergencial. De acordo com o portal especializado chinês AgroPages, o produto a ser enviado não pode conter pragas quarentenárias no país asiático, entre elas Callosobruchus maculatus, Zabrotes subfasciatus e Solenopsis invicta.
De acordo com a minuta apresentada a representantes brasileiros do setor de grãos, o derivado da soja também não pode estar contaminado com outras pragas e sementes de plantas quarentenárias. Também não pode apresentar resíduos ou carcaças de animais, penas de aves, solo e transgênicos não aprovados pela China.
Fontes do governo confirmam haver possibilidade de o Brasil embarcar o primeiro lote de farelo de soja e de milho para a China ainda este ano. Inicialmente o acordo entre os dois países era de que os embarques começariam na safra 2022/23, que ainda não foi plantada no Brasil, mas os chineses avisaram as autoridades brasileiras que precisam do produto antes em função da escassez de oferta no mercado mundial.
Para atender essa demanda, o Brasil precisa cumprir os requisitos de ordem técnica exigidos pela China, informou um dos envolvidos na negociação. Os exportadores já foram informados dos critérios pela Secretaria de Defesa Agropecuária do brasileiro MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
De acordo com ele, o governo chinês já teria emitido licenças para as empresas brasileiras exportarem seu milho. Os interessados têm até o dia 19 de Agosto para manifestar intenção em enviar o cereal para a China junto ao MAPA, que fará a avaliação das unidades e então concederá a habilitação.
Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, “se a China comprar farelo, vamos poder aumentar capacidade de esmagamento”. De acordo com ele, a China está cada vez mais preocupada em garantir o abastecimento para produção de carne suína, de aves e ovos.
“Tem que ter farelo de soja e milho. A China está se antecipando, ainda mais agora com o estresse com os Estados Unidos, de quem comprava soja e tinham acordo para milho, e com a questão da [Guerra na] Ucrânia. Aqui no Brasil temos estabilidade como exportador”, conclui.