Os futuros da soja tiveram, nos últimos seis dias, sua maior alta semanal desde 2004. A recomendação do analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco, há alguns dias era para “não vender a soja”. E agora?
“Pode subir mais, dependendo dos resultados do clima, que está ruim. Atualmente, o Serviço Nacional de Meteorologia registra que grande parte do Meio Oeste norte-americano fique mais quente que o normal até a primeira quinzena de agosto, com seca nas próximas duas semanas e chances limitadas de chuva em muitas áreas”, destaca ele.
Segundo ele, o mercado está muito focado no clima neste momento: “Esta foi uma grande semana para todo o complexo da soja, pois as preocupações com o clima dominaram o mercado. Com os estoques finais já estimados em 6,26 milhões de toneladas, qualquer redução nos rendimentos pode deixar os suprimentos perigosamente apertados”.
O analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica destaca que “o pior momento da soja americana ainda não chegou, será nos primeiros dez a 14 dias de Agosto”. “Então eu aconselharia a não vender agora a soja, porque, se continuar não chovendo, a situação dos grãos nos EUA poderá piorar e a produção poderá ser menor ainda, fazendo os preços subirem mais. Mas, também este será o prazo limite, antes que o mercado se acomode. Fique atento. Até lá teremos novas instruções”, completa.
No Paraná, ressalta ainda Pacheco, o custo de produção do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná), corrigido para julho, ficou em R$ 143,20/saca; comparado com o preço médio de R$ 188,00/saca pago aos agricultores do estado geraria um lucro líquido de 31,28% neste momento. No Rio Grande do Sul, o custo calculado pela CONAB em março e atualizado até julho é de R$ 141,33/saca. Este valor, comparado com o preço médio de R$ 186,00/saca pago aos agricultores do estado, no estado geraria um lucro líquido de 31,62%.