Publicado em 19/07/2022 12h04

Análise do especialista - 19/07/2022

Elaborado pela equipe da Grão Direto. A Análise do Especialista é um informativo completo e rico em dados que auxiliam na tomada de decisão da venda e compra dos grãos.
Por: Grão Direto

Segundo o Analista de Mercado da Grão Direto, a semana anterior foi marcada, mais uma vez, por muita volatilidade. Esse fato ocorreu, principalmente, por conta do WASDE - Relatório de Oferta e Demanda Mundial, compartilhado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no dia 12/07. 

O USDA apresentou uma redução da produção da safra 2022/23 dos Estados Unidos, de 126,28 milhões de toneladas - estimativa do mês anterior -  contra 122,61 milhões deste mês. Contudo, houve aumento nos estoques da safra 2021/22, sendo estimados em 88,73 milhões de toneladas contra 86,15, do mês passado. Além disso, foi relatado um aumento na produção mundial, de 351,99 de julho/2022 para 352,74 milhões de toneladas de agosto/2022.

Nesse contexto, esse aumento de estoques confirma que a demanda geral de soja vem recuando, reforçando sinais de uma possível recessão mundial, pressionando as cotações para baixo. Sendo assim, o contrato de Chicago com vencimento em agosto, atingiu U$14,69 o bushel, ou seja, uma queda de -3,10% ocasionada pela mudança de contrato de julho para agosto. 

Comparativo - 08/07 (sexta-feira) e 15/07 (sexta-feira)

O dólar retornou para mais uma semana de alta, fechando a sexta-feira valendo R$5,40 (+2,47%). A alta foi intensificada após a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos, chegando a 9,1% - maior alta dos últimos 40 anos - que aumentou os temores de uma recessão global. Além disso, intensificando esse cenário de alta, no Brasil, o Congresso promulgou a PEC “Kamikaze”, que amplia os gastos do governo, aumentando o risco fiscal.

Mesmo com a alta do dólar, o mercado brasileiro não conseguiu elevar seus preços, por conta da queda expressiva de Chicago, resultando em uma desvalorização, em relação à semana anterior.

Para esta semana, de acordo com a Grão Direto, os temores de uma recessão econômica ainda poderão permanecer, provocando cautela no mercado financeiro em geral. As previsões climáticas apontam para continuidade de mais uma semana com chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas. 

O dólar poderá continuar a sua tendência de alta, ainda pressionado pelas preocupações com uma possível recessão mundial e riscos fiscais no Brasil. Caso esse cenário se confirme, a semana poderá ser marcada pela alta dos preços no Brasil, em relação à semana anterior.

Na semana anterior, as cotações de milho continuaram sofrendo pressão de oferta, ocasionadas pela evolução da colheita, que segue sem empecilhos no Brasil. De acordo com o Ruan Sene da plataforma Grão Direto, o Relatório de Oferta e Demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, no dia 12/07,  ocasionou queda em Chicago, que causou uma pressão adicional nas cotações brasileiras.

O relatório trouxe um aumento no número de produção  - 367,3 em junho para 368,4 milhões de toneladas em julho, na safra 2022/23. Consequentemente, os estoques finais também aumentaram quase dois milhões de toneladas acima do indicado em junho. 

Por falar em mercado externo, CBOT (Chicago) finalizou a semana com uma queda de -4,72%, ocasionada pela mudança de contrato de julho para setembro, encerrando a 6,05 dólares por bushel - atingindo níveis de janeiro de 2022. 

Por outro lado, as exportações brasileiras encontram-se bastante aquecidas. 

Nos primeiros seis dias úteis em julho de 2022, o país exportou 953.345 toneladas de milho, representando quase 50% do total exportado em todo o mês de julho em 2021, de acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Além disso, o dólar fechou a semana com uma alta de +2,47%, valendo R$5,40.

No cenário de queda em Chicago e alta no dólar, as exportações tendem a ficar estáveis, porém com a alta demanda mundial essa regra não está sendo respeitada.

Para esta semana, o mercado passa a monitorar ativamente a evolução do clima nas regiões produtoras dos EUA, diante do momento chave de seu desenvolvimento. 

As previsões apontam para temperaturas elevadas e chuvas mal distribuídas. Exportações devem continuar aquecidas. Diante disso, as cotações poderão ter uma semana de recuperação de preços.

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