O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve sua previsão para a safra de soja no Brasil em 2021/22, em 126 milhões de toneladas. Analistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam uma redução para 125,9 milhões de toneladas. As informações são do relatório mensal de oferta e demanda de maio, divulgado nesta terça-feira (12/7). Para 2022/23, o USDA manteve sua projeção em 149 milhões de toneladas.
Quanto ao milho, o USDA manteve sua estimativa para a produção no Brasil em 2021/22 em 116 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava um aumento para 116,5 milhões de toneladas. A projeção para 2022/23 foi mantida em 126 milhões de toneladas.
A previsão para a safra de soja da Argentina em 2021/22 foi elevada de 43,4 milhões para 44 milhões de toneladas, ante expectativa dos analistas de 43,3 milhões de toneladas. Para 2022/23, o USDA manteve sua estimativa em 51 milhões de toneladas.
Para o milho argentino em 2021/22, o USDA manteve sua estimativa de produção em 53 milhões de toneladas. Os analistas esperavam um corte para 52,5 milhões de toneladas. Para 2022/23, a projeção ficou inalterada em 55 milhões de toneladas. (Com informações da Dow Jones Newswires)
O USDA elevou sua projeção para estoques domésticos de milho ao fim de 2022/23. No relatório mensal de oferta e demanda, o USDA estimou as reservas em 1,47 bilhão de bushels (37,34 milhões de toneladas), em comparação a 1,4 bilhão de bushels (34,54 milhões de toneladas) no mês passado. Analistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam um aumento menor, para 1,433 bilhão de bushels (36,40 milhões de toneladas).
As reservas de soja nos EUA ao fim da temporada 2022/23 foram reduzidas de 280 milhões para 230 milhões de bushels (7,62 milhões para 6,26 milhões de toneladas). A expectativa dos analistas era de um corte maior, para 214 milhões de bushels (5,82 milhões de toneladas).
Quanto ao trigo, a estimativa do USDA foi elevada de 627 milhões para 639 milhões de bushels (17,07 milhões para 17,39 milhões de toneladas). O mercado projetava um aumento maior, para 644 milhões de bushels (17,53 milhões de toneladas).
A agência estimou a produção de soja dos EUA na temporada 2022/23 em 4,505 bilhões de bushels (122,62 milhões de toneladas), ante 4,64 bilhões de bushels (126,29 milhões de toneladas) no mês anterior. Os analistas esperavam 4,515 bilhões de bushels (122,89 milhões de toneladas).
Para o milho, o USDA aumentou a colheita de 14,46 bilhões para 14,505 bilhões de bushels (367,28 milhões para 368,43 milhões de toneladas), abaixo do esperado por analistas, de 14,520 bilhões de bushels (368,81 milhões de toneladas).
Para a produção de trigo dos EUA em 2022/23, USDA elevou sua projeção de 1,737 bilhão para 1,781 bilhão de bushels (47,28 milhões para 48,48 milhões de toneladas), enquanto analistas esperavam colheita de 1,744 bilhão de bushels (47,47 milhões de toneladas). As reservas domésticas de soja ao fim da temporada 2021/22 foram aumentadas de 205 milhões para 215 milhões de bushels (5,58 milhões para 5,85 milhões de toneladas), em linha com a previsão de analistas.
Para milho, a projeção do USDA foi aumentada de 1,485 bilhão para 1,51 bilhão de bushels (37,72 milhões para 38,35 milhões de toneladas), ante previsão de analistas de 1,491 bilhão de bushels (37,87 milhões de toneladas).
Em relação ao trigo, o USDA elevou as reservas de 655 milhões para 660 milhões de bushels (17,83 milhões para 17,96 milhões de toneladas), acima da expectativa de analistas, de 658 milhões de bushels (17,91 milhões de toneladas).
O USDA reduziu sua projeção para estoques mundiais de soja ao fim de 2022/23, de 100,46 milhões para 99,6 milhões de toneladas, enquanto os analistas previam 99,2 milhões. Para o milho, a estimativa foi aumentada de 310,5 milhões para 312,9 milhões de toneladas. O mercado esperava 310,7 milhões de toneladas. As reservas globais de trigo passaram de 266,9 milhões para 267,5 milhões de toneladas, enquanto os analistas projetavam 267,8 milhões de toneladas.
Quanto à safra 2021/22, o USDA aumentou os estoques globais de soja de 86,4 milhões para 88,73 milhões de toneladas, enquanto analistas esperavam reservas de 86,2 milhões de toneladas.
Para o milho, o USDA elevou os estoques de 310,9 milhões para 312,3 milhões de toneladas, acima do esperado pelo mercado, de 311,4 milhões de toneladas. Em relação ao trigo, o USDA aumentou as reservas globais de 279,4 milhões para 280,1 milhões de toneladas, acima da estimativa de analistas, de 279,5 milhões de toneladas.
A demanda por soja dos Estados Unidos está caindo à medida que safras abundantes na América do Sul prejudicam as perspectivas de exportação norte-americanas, disse o governo dos EUA nesta terça-feira.
As grandes colheitas no Brasil e na Argentina também farão com que os processadores dos EUA reduzam o ritmo esperado de esmagamento de soja, à medida que compradores estrangeiros procuram fornecedores alternativos para atender suas necessidades de farelo de soja, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).
A visão de baixa da demanda empurrou os futuros de soja para mínimas da sessão, com o contrato mais ativo sendo negociado em queda de 4,3% por volta do meio-dia. Os preços mais baixos das safras podem ajudar a aliviar os custos dos alimentos que vêm impulsionando a inflação.
"O negativismo vem do fato de que o USDA está reduzindo a demanda", disse Jack Scoville, analista do The Price Group.
O USDA reduziu sua perspectiva para as exportações de soja dos EUA em 65 milhões de bushels e sua projeção para o esmagamento americano em 10 milhões de bushels, conforme relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial.
Essas medidas, combinadas com um corte na área plantada nos EUA feito em junho, depois que os agricultores semearam menos hectares de soja do que o planejado em março, levaram a uma previsão de colheita de soja 2022/23 de 4,505 milhões de bushels e uma estimativa de estoques finais de 230 milhões de bushels. Analistas esperavam estoques de 211 milhões e produção de 4,532 bilhões.
Os futuros da soja subiram para níveis recordes em junho, com a invasão da Ucrânia pela Rússia derrubando os fluxos globais de transporte marítimo. Mas os preços em alta provocaram preocupações com a demanda, principalmente porque os temores sobre uma recessão global aumentaram, e os futuros caíram de volta ao mesmo nível em que estavam sendo negociados há um ano.
O USDA também elevou sua previsão para a produção norte-americana de milho, depois de levar em consideração as perspectivas de área plantada de junho, que mostraram que os agricultores conseguiram semear mais grãos do que o planejado na primavera, apesar do tempo chuvoso que atrasou os plantios.
A produção de milho foi fixada em 14,505 bilhões de bushels, 45 milhões de bushels acima da previsão anterior do USDA.