O Brasil “virou o jogo” e já tem milho em preços mais competitivos do que os Estados Unidos e a Argentina na Ásia, afirma o analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica. “Nesta semana a tendência inverteu. Os preços do milho brasileiro posto nos portos da Coreia do Sul (CNF) foram mais baixos”, aponta o especialista.
“Há várias semanas que estamos comentando que a exportação seria o único fator significativo que poderia reverter a tendência de queda dos preços do milho no Brasil. Até esta semana, porém, elas estavam se mantendo fracas, porque os preços do milho argentino, bastava ver as tabelas dos prêmios, eram mais competitivos do que o milho brasileiro”, relembra.
A Scot Consultoria também tem expectativas otimistas daqui para frente. “Em 24 de Maio a autoridade alfandegária da China assinou um acordo com o Brasil permitindo a importação de milho brasileiro. Apesar de ser um dos principais produtores do grão, a China busca origens alternativas para suprir parte de sua demanda. Entre 2019/20 e 2021/22, o país aumentou em 203% as importações globais do cereal, com a expectativa de cerca de 23 milhões de toneladas internalizadas na atual temporada (USDA)”, ressalta.
“Além da demanda chinesa, em meio à instabilidade de abastecimento global de milho, oriunda do conflito entre Rússia e Ucrânia, o Brasil ganha destaque como um importante agente no atual momento geopolítico mundial no suprimento de alimentos e poderá ver um incremento nas exportações do cereal ao longo de 2022. Assim, apesar do avanço da colheita da segunda safra, o espaço para fortes quedas nos preços do milho é limitado, puxado por um cenário internacional instável quanto à oferta do grão”, concluem os analistas da Scot.