Publicado em 07/07/2022 09h22

Trigo recorde no Brasil: FICA tudo AQUI?

Altos preços dos cereais e desvalorização do Real sustentaram a rentabilidade.
Por: Leonardo Gottems

A safra de trigo brasileira será recorde, e quase um terço dela será exportada, apontam os adidos técnicos do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sediados na embaixada dos EUA no Brasil. De acordo com eles, o Brasil vai colher nada menos que 8,70 milhões de toneladas do cereal de inverno, número 12% superior ao registrado no ciclo anterior.

O aumento é explicado, segundo os especialistas, tanto pelo aumento da área como pelo clima propício nas principais regiões tritícolas do país. Nem mesmo a ameça de desabastecimento de fertilizantes, em função da guerra na Ucrânia, segurou a safra de trigo brasileira, uma vez que diferentes acordos com fornecedoras alternativos garantiram uma quantidade até maior de adubo comprado em relação ao ano passado.

Por outro lado, os altos preços dos cereais e a desvalorização do Real sustentaram a rentabilidade do mercado de trigo, apesar dos grandes aumentos nos custos de produção. Em função disso, o USDA projeta que o Brasil exportará boa parte de sua produção para aproveitar os altos preços internacionais do cereal de inverno.

De acordo com a equipe de analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica, “o texto original da embaixada norte-americana cita a possibilidade de o Brasil exportar 3,0 milhões de toneladas nesta temporada. Já a opinião da TF Agroeconômica é de uma exportação de 3,5 milhões de toneladas”.

Esse movimento garante, segundo os adidos técnicos, o Brasil siga importando 6,40 milhões de toneladas para encerrar a temporada com um estoque final de apenas 721 mil toneladas. O número está muito próximo das máximas históricas, e a maior parte deve continuar vindo da Argentina, projeta o portal especializado Valor Soja.

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