A Superintendência do Porto de Rio Grande pretende reunir nesta semana todos os envolvidos no processo de escoamento para definir o Plano de Ação Safra deste ano com o objetivo de agilizar o escoamento e evitar filas de caminhões na BR 392, aguardando para descarga.
O economista Antônio da Luz, da Farsul, diz que o transporte é o maior problema, pois é feito por via rodoviária, quando o modal ideal seria a hidrovia. Sendo assim, entende que o Estado deveria ter estradas melhores, com corredores de transporte duplicados.
O aumento do preço do óleo diesel é um novo problema, pois encarece o frete e quem acaba pagando é o produtor, que fica com renda menor. O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, afirma que safra grande é um “bom problema” e, ao mesmo tempo, observa que a comercialização para exportação está muito atrasada. Há poucos navios previstos. Isso pode concentrar as operações em período curto de tempo e provocar problemas. “Essa falta de comercialização vai redundar no acúmulo de transporte de soja para o porto e, quando isso acontece, encarece o frete”, salienta. “Esse fator vai pesar na formação do preço final da soja.”
Luz, da Farsul, admite que a capacidade de armazenamento é deficitária, apesar dos investimentos feitos na área pelos produtores. O tema também preocupa a Aprosoja. O presidente da entidade, Décio Teixeira, acredita que se a colheita der resultado bom para todos, em oito ou dez dias os armazéns existentes — dos produtores e do Porto de Rio Grande — ficarão lotados. “Estamos pensando em alternativas para armazenagem, como o uso de silo bag”, revela.
O secretário estadual da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, admite que a malha rodoviária apresenta muitas deficiências e destaca que outro secretário, Pedro Westphalen, dos Transportes, está finalizando um plano de trabalho emergencial para melhorar as estradas pavimentadas e de chão. Relata também ter pedido à ministra Kátia Abreu que no Plano Agrícola sejam mantidas as linhas de financiamento para ampliação da capacidade de armazenamento.