“A alavancagem da taxa SELIC implica na redução do nível de atividade da economia (expectativas atuais são de PIB nulo). A frenagem dos negócios pode significar encolhimento generalizado da demanda de produtos e serviços. Todavia, em razão da conhecida inelasticidade do café, pode-se desenhar cenário para a expansão de seu consumo no mercado interno”, ressalta Vegro.
Em janeiro de 2015, no mercado de contratos futuros de arábica da Bolsa de Nova York (ICE), observaram-se dois momentos distintos. Enquanto nas duas primeiras semanas o mercado atuou em alta para a média das cotações em aberto, nas duas últimas houve reversão com queda no valor dos contratos. Assim, na média da quarta semana do mês, os contratos foram negociados a US$¢177,22/lbp, enquanto na média da primeira semana os mesmos contratos estavam cotados a US$¢185,02/lbp, representando declínio de 4,22% no período (Figura 3).
A cotação do café na Bolsa de Nova York, em janeiro de 2015, para o vencimento em julho de 2015, teve uma média de R$716,60/sc., em valores trazidos para São Paulo, descontado o deságio de qualidade do produto brasileiro. Considerando-se que o preço médio à vista do café em Marília (SP) em janeiro de 2015 foi de R$460,90/SC, tem-se valor positivo de R$256,13/sc. para aquele que faz o hedge do café em Nova York e do dólar na BM&F para o vencimento em julho de 2015.
Permanecem as incertezas quanto ao tamanho da safra brasileira 2015/16, tanto nas variadas consultorias, quanto nas entidades governamentais. A escassez de precipitações, associada às elevadas temperaturas médias incidentes nos cinturões da Zona da Mata e Montanhas Capixabas, poderá trazer prejuízos, similares aos observado na safra passada, em ambas as regiões na atual temporada. Ademais, é substancial o percentual de talhões submetidos ao manejo agronômico de podas, estimando-se que, na Alta Mogiana de Franca, cerca de 25% das lavouras foram esqueletadas.