Hassan Safiyeh, Ministro do Comércio e de Proteção ao Consumidor, também revelou à Reuters que uma linha de crédito oferecida pelo Irã ao seu aliado, a Síria, não foi afetada pelo colapso mundial dos preços do barril de petróleo, e a importação de combustíveis permaneceu inabalada.
O ministério de Safiyeh supervisiona a provisão de alimentos altamente subsidiados e combustível para a população síria em áreas de controle do governo, sendo assim um braço vital do estado em um país prestes a entrar em seu quinto ano de conflito.
O estado perdeu controle das bacias de petróleo e de largas áreas de terras cultiváveis, ambos tomados por insurgentes durante o conflito interno que vem devastando a economia do país.
Com os Estados Unidos e alguns países da Europa favoráveis à saída do presidente Bashar al-Assad, Damasco tem recebido apoio crucial do Irã e da Rússia.
Grandes áreas à norte e à leste --onde boa parte dos grãos sírios são cultivados e onde o seu petróleo é extraído-- foram também tomadas pelos radicais do Estado Islâmico.
Safiyeh afirma que o estado tomou de volta algumas terras e que agora espera uma safra muito boa de trigo.
"Nós tivemos uma produção aceitável (no último ano), mas neste ano será abundante, porque as chuvas são excelentes e as áreas cultiváveis são muito mais amplas. Esse ano, não há temor quanto ao trigo", disse Safiyeh.
No último ano, o governo teve de importar trigo de "estados amigos", ele disse. "Eu espero que se essa safra está assim tão boa e tão forte, graças a Deus, em 2015 não precisaremos importar."
Ele se recusou a fornecer números sobre a importação de trigo ou a produção anual de trigo na Síria, dizendo que é um assunto estrategicamente delicado.
Na temporada 2010/2011, por volta do início da crise, a produção de trigo na Síria estava estimada entre 3,3 e 3,6 milhões de toneladas, de acordo com relatório do Departamento de Agricultura do governo norte-americano.
O governo, operando de acordo com um modelo econômico de inspiração socialista, provém à população artigos de primeira necessidade como açúcar, arroz, pão e óleo de cozinha a preços subsididados, além do combustível.
O pão é vendido a cerca de um quarto do seu valor real.
O estado, em janeiro, aumentou o preço do pacote de pão em 40 por cento, para 35 liras (ou 15 centavos de dólares). Safiyeh, no entanto, disse que os consumidores foram protegidos desse aumento devido a um subsídio mensal de 4.000 liras que Assad havia ordenado a ser pago aos funcionários públicos e aposentados.