A contratação de crédito rural pelos agricultores superou o programado para o atual Plano Safra 2021/22 e alcançou R$ 252,46 bilhões de julho de 2021 até maio deste ano, faltando ainda um mês para encerrar a temporada. O montante representa um aumento de 18% em comparação com igual período da safra passada 2020/21. Em junho do ano passado, por ocasião do lançamento do Plano Safra 2021/22, o governo havia anunciado recursos da ordem de R$ 251,2 bilhões.
Isso ocorreu porque, no decorrer do ano-safra, a disponibilidade de recursos e concessão de financiamentos nas fontes livres e controladas, mas não equalizadas, a exemplo das LCAs e dos Fundos Constitucionais, respectivamente, superaram as expectativas, mostra o Balanço de Desempenho do Crédito Rural, divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura.
Segundo o ministério, o fato de os financiamentos de custeio com recursos subvencionados, no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), não terem sido suspensos, possibilitou o aumento de 41% no total das contratações de custeio dos produtores familiares, alcançando cerca de R$ 22,58 bilhões. As contratações de crédito de comercialização também tiveram acentuado crescimento (43%), atingindo R$ 30,9 bilhões, pelo fato de serem realizadas com recursos livres.
Nos programas de investimento, houve crescimento dos financiamentos no âmbito do Programa ABC (+40%) e do Programa Proirriga (44%), para cerca de R$ 3 bilhões e R$ 1,06 bilhão, respectivamente. De acordo com o governo, com a reabertura das linhas, prevista para os próximos dias, o desempenho desses e dos demais programas de investimentos devem melhorar, com volume expressivo de recursos remanescentes nesses programas, cujas contratações estão suspensas.
O diretor da Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, Wilson Vaz de Araújo, disse em comunicado que tão logo seja autorizada a reabertura das linhas de financiamento de investimentos e de custeio com recursos equalizados, que estão suspensas desde o dia 7 de fevereiro, perto de R$ 20 bilhões devem ser financiados nessas operações até 30 de junho de 2022, quando encerra o plano safra em curso.
Ele destacou ainda, a importância da LCA para o funding do crédito rural, sobretudo para os grandes produtores, pois a utilização de recursos dessa fonte, cujas taxas de juros são livres, aumentou de R$ 33,59 bilhões para R$ 49,18 bilhões (+46%), respondendo por 19% das contratações totais.