O presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (FAESC) Adelar Maximiliano Zimmer observa que “há um claro viés de alta no mercado que deve se manter nos próximos meses”. O término das férias e o início do ano letivo levarão a um aumento no consumo de lácteos.
Zimmer aponta o caráter cíclico da atividade leiteira e diz que a partir deste mês os preços subirão e melhorarão a remuneração do produtor rural. A tendência é de estabilidade dos preços em fevereiro e início de uma escalada de recuperação em março. O início das aulas nas redes pública e privada de ensino e a proximidade da entressafra farão os preços reagirem.
O dirigente observa que os reajustes nos custos – especialmente o preço da energia elétrica – também contribuem com a necessidade de majoração da produção de leite, “caso contrário a atividade ficaria inviabilizada”.
Embora tenha esses valores como referência negocial, o mercado – como de praxe – está praticando preços levemente superiores, em torno de R$ 0,90/litro. Esses valores ainda não proporcionam lucratividade ao criador com sistema tecnificado de produção (com sala de ordenha e tanque de resfriamento), mas, já atende aqueles com produção a pasto.
Na segunda quinzena de março, o Conselho volta a se reunir para anunciar os números definitivos de fevereiro e a nova projeção mensal.
Criado em 2006, o Conselho Paritário Produtor/Indústria do Estado de Santa Catarina (Conseleite) – é constituído pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de SC (Sindileite). Sua estruturação teve a assessoria da Universidade Federal do Paraná, que ajudou a constituir o Conseleite daquele estado. Há nove anos, a UFPR faz o levantamento e o cálculo dos preços de referência do leite, utilizando metodologia definida e aprovada pelo Conselho.
Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,7 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia.