Ações inspiradas e alicerçadas na natureza para resolver problemas do mundo global. As Soluções Baseadas na Natureza (SBN), ou Nature Based Solutions (NBS), são apontadas como um dos melhores meios de compensação de carbono e foram tema do painel Crédito de Carbono de Floresta Nativa, apresentado nesta sexta-feira (20/5), o terceiro e último dia do Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes.
Entre as alternativas de SBN, foram citados os projetos para redução de emissões por desmatamento e degradação e os créditos de carbono.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, lembrou que cerca de metade das emissões de carbono no Brasil vem do desmatamento. Ele disse que o crédito de carbono pode virar uma vantagem competitiva do país em negociações. “O mercado de carbono permite que o Brasil não apenas não tenha custos, mas também que se beneficie desse bônus.”
Segundo o diretor da Permian Global – entidade que desenvolve projetos de proteção e restauração de florestas tropicais – Edward Rumsey, o engajamento do setor privado no mercado de carbono se deve ao potencial econômico e ambiental do projeto. “Monetizar o reflorestamento é uma das melhores formas de diminuir os impactos do aquecimento global.”
O Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes foi realizado de quarta (18/5) até sexta-feira (20/5) e conectou estratégias corporativas, projetos e cases, além de orientar políticas públicas que impulsionam a economia verde no Brasil.
Durante três dias, mais de 100 especialistas, entre empreendedores e líderes de grandes corporações nacionais e internacionais, estiveram reunidos para debater e propor soluções inovadoras e de tecnologia sustentável para que o país se torne um exportador de energia verde ou limpa para o mundo e caminhe para a neutralidade em emissões de gases na atmosfera.
O Banco do Brasil (BB) firmou dois acordos nesta sexta-feira (20), durante o Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes. A meta de redução foi estabelecida durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 26).
Um dos acordos é com a Agência de Desenvolvimento Francesa (AFD) e envolve a cifra de 100 milhões de euros. Montante que será usado para expandir as linhas de financiamento a projetos no setor de energia renovável e na redução de emissões de GEE. Além disso, 300 mil euros serão aplicados no desenvolvimento de ferramentas para avaliação das emissões de carbono.
O segundo acordo é um memorando de entendimento com o Banco Mundial para destinar US$ 500 milhões em crédito e fundos voltados para o mercado de carbono. Desse total, US$ 400 milhões serão destinados ao financiamento de pequenas e médias empresas, agricultores e projetos de infraestrutura que tenham como objetivo reduzir as emissões ou gerar créditos de carbono. Estão previstos ainda US$ 94 milhões para a criação de um fundo de dívida climática.
O Banco do Brasil também anunciou nesta sexta-feira um conjunto de iniciativas para apoiar os clientes que geram e negociam créditos de carbono. Serão incentivados projetos desde a identificação do potencial da área até a conclusão final do trabalho e a geração dos créditos.
"Por meio de mapeamento georreferenciado das propriedades, identificamos quem tem excedente de reserva legal, e podemos fazer uma abordagem ativa", explicou o vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do BB, Barreto Júnior . “Com a solução, identificamos biomas e especificidades, trabalhando para que o cliente, ao final de um curto ciclo, receba o crédito e o mérito por ter preservado”, concluiu.
O BB também atua como intermediário entre quem quer vender o crédito e quem precisa comprá-lo para compensar suas emissões. "A partir de agora, temos condições de acolher clientes interessados na compra ou na venda e fazer o cruzamento desses interesses de forma rápida, fluida, segura e com a solidez que a marca Banco do Brasil tem”, disse Barreto Júnior.