O primeiro dia de campo será em Vilhena, no dia 20 de fevereiro (sexta-feira), a partir das 8h30, no Campo Experimental da Embrapa Rondônia, localizado na BR-364, Km 6. Este município possui a maior área de produção de soja do estado e conta com alto nível tecnológico em suas lavouras. Na sequência, os dias de campo seguem para Cerejeiras no dia 23/2, Castanheiras no dia 25/2 e encerram em Porto Velho no dia 3/3. Desta maneira, será possível ao público conhecer o potencial produtivo e o desempenho das cultivares nas diferentes regiões do estado.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Embrapa Rondônia, Frederico Botelho, o custo de produção da soja tem aumentado, e os altos preços pagos pelos produtores na safra 2014/15 na aquisição das sementes é reflexo disso. Desta maneira o produtor precisa evitar erros, que podem significar grandes prejuízos. Torna-se, portanto, cada vez mais necessário o uso de cultivares adaptadas à região de plantio, potencializando bons resultados, produtividade e maior lucratividade ao sojicultor. “A apresentação de cultivares adaptadas às regiões de Rondônia e com características que atendem as demandas dos produtores poderão ser observadas pelo público, podendo ser determinante para a escolha da semente certa pelo produtor”, explica Botelho.
Soja: principal produto agrícola de Rondônia
A soja é o produto agrícola que mais gera receita para o estado, superando o café. Segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE de dezembro de 2014, a soja gera uma receita de R$ 601 milhões enquanto a do café é de R$ 285 milhões. Além disso, a cultura da soja está se expandindo a cada ano em Rondônia, sendo cultivada em 26 dos 52 municípios do estado e ocupa uma área de aproximadamente 240 mil hectares (ha). “A soja é considerada hoje o principal produto agrícola do estado e grande impulsionador de culturas como o arroz, milho e uma boa alternativa para a renovação de pastagem no sistema de integração Lavoura Pecuária”, explica o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) 2015, houve um aumento de 20% na área plantada na safra 2014/15, sendo o estado com a maior expansão percentual de área de soja no país. Além disso, a soja em Rondônia possui produtividade média de 3.180 kg/ha (Safra 2013/14 - Conab, 2015), superior à média nacional que é de 2,854 kg/ha. O pesquisador Godinho destaca ainda boas expectativas para este ano. “Com a regular distribuição de chuvas até o momento no estado nos leva a crer que teremos uma safra recorde, diferentemente de outras regiões do país onde a falta de chuvas pode ter prejudicado a produtividade”, conclui.
De acordo com Frederico Botelho, enquanto na região do Cone Sul as áreas de soja já estão consolidadas e os produtores estão em busca de cultivares que potencializem a semeadura da safrinha (segunda safra com milho, sorgo, girassol e outras culturas) em épocas mais propícias para obter maior produtividade, as regiões Centrais e Norte de Rondônia estão em expansão. “Anualmente há novas áreas onde está sendo introduzida a cultura da soja e isto faz com que a escolha de cultivares adaptadas e adequadas para cada situação seja uma etapa que impactará significativamente nos resultados finais e na lucratividade”, argumenta Frederico, comentando que nestas últimas regiões, a soja está sendo introduzida em áreas de pastagem degradada, sem avançar sobre a floresta.
A soja e a recuperação de áreas degradadas
A lavoura de soja tem sido uma das alternativas para recuperação de áreas de pastagens degradadas em Rondônia. A alta tecnologia empregada na cultura faz com que agregue mais valor à terra, além reinserir as áreas degradadas ao sistema produtivo, reduzindo a abertura de novas áreas. “Tem sido uma excelente alternativa para recuperar as grandes áreas de pastagens degradas que existem hoje no estado”, conta Botelho.
Rondônia possui cerca de 60% de suas áreas de pastagens em algum estádio de degradação e com potencial para o plantio de soja. O grão ainda traz grande benefício para a atividade pecuária, pois o manejo adotado para esta cultura recupera o solo para uma pastagem com maior capacidade de suporte de animais por área, o que torna a soja atrativa para o estado.