Na região Norte-Nordeste, a safra de cana-de-açúcar 2021/22, praticamente no fim, registra produção de 53,87 milhões de toneladas até 15 de abril. O volume é 3,7% superior ao verificado em igual período do ano passado, quando foram moídas 51,93 milhões de toneladas.
Segundo o presidente-executivo da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha, as expectativas são favoráveis para a colheita no litoral do Nordeste no próximo ciclo de moagem, que se iniciará no final do primeiro semestre. Caso as chuvas se mantenham regulares e bem distribuídas no inverno, a safra 2022/23 na região poderá crescer entre 3% e 5%.
“Sob o ponto de vista agrícola, temos condições de crescimento, embora seja muito cedo para fazer uma previsão mais abrangente. Afinal, estamos com a safra 2021/22 ainda em curso, e a próxima só se iniciará em julho ou agosto. Há todo um inverno pela frente”, destaca Cunha.
No ciclo de moagem atual, até o dia 15 de abril a produção de açúcar nas regiões Norte e Nordeste registra queda de 4,6%, com 2,89 milhões de toneladas ante 3,03 milhões de toneladas produzidas no mesmo período da safra anterior.
Já a fabricação total de etanol, somando anidro e hidratado, foi de 2,15 bilhões de litros. Este é um volume ligeiramente maior em relação ao obtido no ciclo 2020/21, apresentando aumento de 0,6% em relação aos 2,13 bilhões de litros produzidos na primeira quinzena de abril de 2021.
“A safra 2020/21 não foi eficiente na extração de sacarose, apesar de ter sido superior em volume total de cana moída”, explica o presidente da NovaBio.
Em relação ao biocombustível, Cunha destaca o etanol anidro, com 1,02 bilhão de litros produzidos. A quantidade é 7,2% superior à observada em 15 de abril de 2021, quando se produziu 958,63 milhões de litros. O hidratado apresentou queda de 4,8%, registrando produção de 1,12 bilhão de litros face aos 1,17 bilhão de litros entregues na primeira quinzena de abril do ciclo anterior.
Até 15 de abril, no mix de produção da indústria sucroenergética do Norte e Nordeste, 44,27% de toda a cana-de-açúcar moída foi destinada à fabricação de açúcar e 55,73% ao etanol. Em igual período da safra 2020/21, estes índices eram de 45,6% para o adoçante e 54,4% para o combustível renovável.
Além disso, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar atingiu 127,26 kg na segunda quinzena deste mês, queda de 5,2% em relação ao valor de abril de 2021, que foi de 134,30 kg.
Sobre a precipitação pluviométrica no Norte e Nordeste, o presidente da Novabio avalia que houve melhora recente na média mensal, “embora os meses de dezembro e janeiro tenham sido os mais sacrificados para os produtores e a distribuição das chuvas muito irregular”.
Dados compilados pela NovaBio indicam que o estoque físico de etanol aumentou 20,85% até 15 de abril deste ano. “A partir de abril e maio, outras regiões do Norte e Nordeste já iniciam a nova safra, assim como ocorrerá na Bahia, Maranhão e Piauí”, informa Cunha.
No Norte, a safra vai de maio de 2022 a abril de 2023, incluindo os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Tocantins. Na região sul da Bahia a moagem se inicia antes de junho. Em Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe o ciclo de produção começa entre agosto e outubro de 2022 e segue até fevereiro e março de 2023.