Na última segunda-feira, dia 15, durante a Conferência Internacional de Confinadores (Interconf), em Goiânia (GO), a Beckhauser, fabricante de troncos de contenção e balanças, promoveu um minicurso com a temática do manejo racional e os impactos na qualidade da carcaça, ministrado pelo médico veterinário Renato dos Santos, responsável pela área de Manejo Racional da Beckhauser, pelo professor de zootecnia Paulo Rossi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e por Everton Andrade, responsável pela área de bem-estar animal da JBS. O evento contou também com a participação da zootecnista, Fernanda Moizes, que tem um extenso trabalho de avaliação de carcaças.
Os palestrantes abordaram questões sobre como combater as lesões na pecuária e alertaram para os prejuízos que as contusões causam na produção de carne bovina. Everton Andrade mostrou as ações da indústria para minimizar os prejuízos com as lesões, além de apontar os principais pontos críticos geradores desse problema, que, somente este ano, já soma R$ 6 milhões em prejuízo para a JBS no Brasil.
A zootecnista Fernanda Moizes e o professor Paulo Rossi também apresentaram resultados de um trabalho feito na Universidade Federal do Paraná (UFPR) com a avaliação de 345 mil carcaças bovinas em frigorífico de São José dos Pinhais (PR), desde março de 2010 até maio deste ano, que mostrou que 21,94% das carcaças de fêmeas e 8,74% dos machos apresentavam machucaduras. Em 37 dias, a equipe coletou todas as aparas de machucaduras, que foram pesadas com objetivo de quantificar a perda econômica. “Os 11.206 animais, que totalizaram 3.128.792 kg de carcaça e 9.982,42 kg de carne com machucaduras, representam perdas de R$ 69.165,63. Pode-se resumir em uma única palavra: prejuízo” lamenta Fernanda Moizes.
A perda fica dividida entre o pecuarista e o frigorífico. E as lesões também interferem na qualidade do que chega ao consumidor final, pois um corte com machucadura apresenta um aspecto ruim. A apara já feita gera uma peça menor e sem padrão, que será rejeitada pelos consumidores mais exigentes, além de reduzir o tempo de prateleira do produto.
Para a plateia essencialmente de pecuaristas, coube ao médico veterinário Renato dos Santos, da Beckhauser, chamar a atenção também para a responsabilidade do produtor sobre esse problema. Ele lembra que estudo do Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal (SP) mostra que quase 40% das lesões que chegam ao frigorífico são produzidas no manejo da fazenda. Porém, ressalta que a responsabilidade de quem produz é ainda maior, uma vez que a reatividade dos animais é determinante para a redução de contusões também no transporte e no manejo do frigorífico.
“Com público muito participativo, o minicurso mostrou como são importantes iniciativas e o diálogo que reúna pecuaristas, técnicos e indústria em busca de reunir forças para combater um prejuízo comum”, destaca Santos.
Brincadeira séria
Além do minicurso, a Beckhauser levou também os personagens que encenam sua campanha de combate às lesões – lançada em julho deste ano – ao auditório da Interconf. Os mascotes Boni(tão) e Judi(ado) interagiram com o público e de uma forma lúdica transmitiram o conceito do manejo racional, convocando os participantes a entrarem na campanha contra a vilã Madame Lesão, que também marcou presença no evento. “Essa foi a forma que a Beckhauser encontrou para tratar o tema que assombra muitas propriedades. Com abordagens lúdicas, procuramos conscientizar os envolvidos na cadeia produtiva que bem-estar animal, bom manejo e infraestrutura adequada são fatores fundamentais para vencer essa vilã, que tanto rouba ganhos do bolso de todos”, explica a gerente de comunicação e vice-presidente da empresa, Mariana Beckheuser.
(O vídeo da intervenção será disponibilizado em breve no canal da Beckhauser no Youtube)
Lançamento do tronco BEA Hidráulico
A participação da Beckhauser na Interconf teve ainda uma novidade em produto: o novo Tronco BEA Hidráulico, lançado em edição limitada. Totalmente desenvolvido no Brasil e tendo como base a preocupação com o bem-estar animal e as necessidades do pecuarista no manejo, o BEA Hidráulico é uma versão mais compacta da linha com itens opcionais, como o portão de entrada em duas folhas. O modelo não possui a cabine do veterinário, protetor contra coices e o empurrador, na parte traseira. Por isso, é indicado para quem não tem demanda de tarefas no posterior do animal, como castração ou inseminação.
Outra novidade é no sistema de contenção de pescoço, que traz um novo modelo com prolongador, que facilita a aplicação de medicamentos e dá mais segurança para trabalhos na cabeça.
Com peso aproximado de 1500 kg, o BEA Hidráulico possui paredes articuladas, salva-vidas e tem 2,60 metros de comprimento, 2,14m de altura e 1,14m de largura.