O Brasil deve receber, nas próximas semanas, cerca de 24 navios de fertilizantes russos carregados com 678 mil toneladas, de acordo com dados preliminares de embarque compilados pela Agrinvest Commodities e divulgados pela Reuters. A maioria dos navios está carregando cloreto de potássio usado em soja e milho e 11 dos navios já saíram de São Petersburgo.
Os três principais fornecedores desse fertilizante para o Brasil foram a canadense Canpotex, cujos acionistas são a Mosaic e a Nutrien, a empresa da Belarus Potash Company e a russa UralKali, segundo o Siacesp. Nesse cenário, o Pebble Beach, com uma carga de 35 mil toneladas de cloreto de potássio, foi o último a deixar a Rússia em 4 de abril a caminho do porto de Vitória, no Espírito Santo. Essa importação ocorre porque o Brasil depende, em grande maioria, de fertilizantes vindo de fora do País, muito pela decisão do governo de hibernar as fábricas da Petrobras.
A partir disso, a Mosaic, a Yara e a brasileira Fertipar foram as três maiores importadoras, trazendo juntas 1,3 milhão de toneladas entre janeiro e março, mostraram os dados. Além disso, a Fertilizantes Tocantins, da Eurochem, também importou cerca de 231.753 toneladas de cloreto de potássio no período, representando 7,52% do total.
Para o diretor de fertilizantes da Stone X, Marcelo Mello, a carga foi enviada antes mesmo do início da guerra na Ucrânia, já que a importação do produto pode levar até 60 dias para chegar ao Brasil. Além de tudo isso, é preciso destacar que o fluxo do trânsito marítimo ainda não está totalmente normalizado.