A comercialização da safra da soja brasileira 2021/22 avançou 55,0% da produção esperada até o dia 1º de abril, aponta levantamento realizado pela Consultoria DATAGRO. o índice permaneceu abaixo dos 71,5% do registrado nessa mesma época na safra 2019/20 (que foi recorde), bem como da média de 58,6% dos últimos cinco anos.
De acordo com a Consultoria, os negócios andaram melhor do que em janeiro e fevereiro, e houve incremento mensal de 9,0 pontos percentuais, superior ao mês anterior, quando registrou avanço de 6,9 p.p., ficando acima também do padrão normal de avanço para o período – 8,2 p.p. “O movimento foi beneficiado pela nova alta generalizada dos preços em março”, destaca Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO.
“Considerando a previsão atual da safra 2021/22, revisada para 125,11 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 68,81 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava muito maior em termos relativos e absolutos, chegando a 92,45 mi de t”, completa o levantamento da DATAGRO.
Ainda de acordo com a análise da DATAGRO, 6,9% da produção estimada da oleaginosa safra 2022/23 está comprometida comercialmente, avanço de 1,7 p.p. na comparação com o levantamento anterior. Esse fluxo está aquém dos 8,4% da média dos últimos 5 anos e bem abaixo dos 12,8% em igual momento de 2021.
“Essa postura conservadora está ligada com a insegurança dos produtores sobre o nível tecnológico que será possível adotar nesta próxima safra, além da alta nos custos por conta das restrições no mercado de fertilizantes em função do conflito entre Rússia e Ucrânia”, analisa França Junior.