Nos Estados Unidos, a inflação já chegou a 7,9% no acumulado de 12 meses até fevereiro, sendo este o maior patamar em 40 anos. No entanto, os juros americanos subiram apenas 0,25 pontos percentuais, baixando a cotação do dólar, o que pode fazer com que os preços dos fertilizantes do Brasil também caiam.
Isso ocorre porque quase 50% do preço final dos fertilizantes são atrelados ao dólar, diante disso, abre-se a possibilidade de encontrarmos fertilizantes mais baratos no mercado nacional uma vez que a moeda norte americana está caindo. “Com a nossa taxa básica de juros (Selic) em 12,75% em março, os nossos papéis de renda fixa são extremamente atraentes em comparação aos do mercado norte americano, o que fez um grande fluxo de capital estrangeiro entrar”, disse Luiz Tofolo, analista do GlobalFert.
“Com uma maior oferta monetária, a naturalidade é o dólar cair, bem como estamos observando. Por se tratar de algo pontual e não uma mudança estrutural, estes preços não devem se manter no longo prazo. Por exemplo, se os Estados Unidos subirem suas taxas de juros, o capital estrangeiro tende a voltar ao mercado americano”, completou o analista.
Simultaneamente, para os produtores dos agronegócios voltados para o mercado externo, iremos nos deparar com um dólar mais fraco para as vendas, fazendo o retorno ser menor. Por exemplo, se vendermos soja por 16,64 dólares por bushel no mês passado teríamos por volta de 85 reais. Porém, a soja vendida ao mesmo preço anterior de 16,64 dólares agora no fim de março seria comercializada por volta de 78 reais pós conversão, nos mostrando uma queda no retorno”, encerrou a GlobalFert.