Com mais de 1,3 mil piscicultores em atividade, Mato Grosso do Sul espera atingir neste ano 55 mil toneladas de pescado, mas com união e reorganização da cadeia produtiva poderá ultrapassar as 62 mil toneladas até 2023. No entanto para que isso ocorra o setor ainda necessita de maior acesso a linhas de crédito, melhoria na logística e na venda e colocação dos produtos no mercado. Para chegar ao objetivo será necessário que os produtores invistam na união e associativismo para ganharem força de integração.
Estes foram alguns pontos debatidos na quinta-feira (24) no painel "Diálogo para o Desenvolvimento das cadeias Produtivas" da Piscicultura. O evento foi promovido pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), em parceria com o Sebrae (Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e debateu estratégicas de ações para incrementar as atividades e papel das políticas públicas.
O encontro reuniu técnicos da Semagro, Sebrae/MS, Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal) Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que podem auxiliar os produtores a tirar dúvidas em todos os aspectos da atividade.
O superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar da Semagro, Rogério Beretta, abriu o evento de piscicultura e traçou as metas de crescimento da atividade que hoje conta com produção 170 toneladas de pescado por dia em MS, o que equivale a 40,8 mil toneladas ao ano. "Neste ano a meta é atingir 55 mil toneladas de produção e reduzir a capacidade ociosa dos frigoríficos do Estado. Mas para isso precisamos de estratégias e planejamento, além de associativismo dos produtores", enfatizou lembrando que a previsão é elevar a capacidade de processamento de pescado no Estado para 62 mil toneladas até 2022/23.
No Estado existem hoje 1.338 produtores, 2.500 hectares de tanques escavados, 860 hectares desativados ou sem exploração comercial
1.767 unidades de tanques rede; 28 produtores de alevinos e 102 estabelecimentos “pesque-pague”. No ano passado a produção ficou em 34.450 toneladas de tilápia em 1.950 toneladas de peixes nativos.
Ele ressaltou que os objetivos da Semagro são fortalecer as instituições públicas; qualificar recursos humanos envolvidos nas atividades, desde técnicos de ATER, produtores e profissionais da indústria e do comercio; promover a organização dos produtores e da produção. (Associativismo e Cooperativismo); atrair recursos privados e públicos para investimentos em Unidades de Processamento de Peixes e de Bioinsumos; promover o adensamento da cadeia produtiva e estimular a diversificação de mercados consumidores, especialmente o externo.
O segundo palestrante na Piscicultura foi Ricardo Pereira Ribeiro da UEM (universidade Estadual de Maringá) que falou sobre uma visão da piscicultura no País. Ele ressaltou que o espaço da tilápia vai continuar crescendo no Brasil, o que colocará Mato Grosso do Sul cada vez mais em destaque diante da posição nacional de maior exportador do pescado. "Temos uma demanda interna elevada e que deve continuar aquecida nos próximos anos", destacou.
O evento ainda contou com a palestra do doutor em Logística Ricardo Silveira Martins, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Outro destaque do evento foi o balanço das ações do programa PROPEQ Dinamiza voltadas para a piscicultura e a avicultura. O programa tem por objetivo apoiar os pequenos negócios a identificar oportunidades e a promover qualificação e mais competitividade às pequenas empresas e novos empreendedores na agroindústria. O consultor do Sebrae Vinícius Milani conduziu a apresentação sobre o Propeq Dinamiza que está em execução desde agosto de 2021 e segue até outubro. O público-alvo são os pequenos negócios, grandes e médias empresas e a Comunidade Local.
O secretário de Produção Jaime Verruck reafirmou o compromisso da Semagro, por meio do Plano Estadual de Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Piscicultura no Estado de Mato Grosso do Sul (PRO-PEIXE) de elevar neste ano em quase 50% a produção de peixes em cultivo no Estado. "Temos os incentivos financeiros, as ações e meios para buscar o aumento da produtividade. "São investimentos sendo realizados em várias cidades do Estado o que mostra a força do setor e necessidade de maior apoio do Governo", finalizou.