Em continuidade ao projeto piloto de implantação do Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica (PSC) em Alagoas, lançado em 2021, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a iniciativa privada realizam de 21 de março a 30 de abril a segunda etapa de vacinação contra a doença no estado. Estima-se que serão vacinados cerca de 120 mil suínos.
As vacinas aplicadas nesta etapa são doadas pela Zoetis Indústria de Produtos Veterinários LTDA e a aplicação das doses será feita por 120 vacinadores contratados pela iniciativa privada.
“O suinocultor enfrenta um momento muito complicado nos últimos meses, com alto custo de produção e baixo preço de venda, é uma das piores crises da suinocultura brasileira. Para que esta crise não seja agravada por questões sanitárias, o Mapa e a iniciativa privada trabalham em conjunto para salvaguardar a atual zona livre de PSC e para prevenir outras doenças importantes para a suinocultura”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Geraldo Moraes.
Os investimentos para execução do projeto piloto, que envolve a vacinação contra a PSC em Alagoas, são provenientes de parceria público-privada e somam mais de R$ 2 milhões.
Também conhecida como febre suína, a PSC é uma doença viral, altamente contagiosa e que afeta somente suínos domésticos e asselvajados, não sendo transmissível a humanos. Os principais sintomas nos animais são febre alta, lesões avermelhadas na pele, conjuntivite, falta de apetite, fraqueza, diarreia e aborto.
Além de Alagoas, outros dez estados fazem parte da zona não livre da doença, sendo eles Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.
Na primeira etapa de vacinação contra a PSC em Alagoas, executada entre junho e agosto de 2021, foram vacinados cerca de 112 mil suínos, distribuídos em mais de sete mil propriedades rurais do estado.
A vacinação foi realizada por meio de 60 vacinadores contratados pela iniciativa privada e com vacinas doadas pela Zoetis. Já a fiscalização e auditoria do processo foi realizada pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) e pelo Mapa.
Com o objetivo de erradicar a Peste Suína Clássica (PSC) nos estados que compõem a Zona Não Livre do Brasil, o Ministério da Agricultura em parceria com os setores público e privado vem realizando o projeto piloto de implantação do Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica (PSC) em Alagoas.
A iniciativa visa identificar as limitações e reunir elementos para entendimento dos problemas surgidos, de forma a subsidiar o planejamento e gestão de ações para erradicação da PSC nas áreas não livres existentes no território nacional.
“Entre as justificativas para a continuidade do projeto piloto, estão a oportunidade de conhecimento e análise dos aspectos da suinocultura local, da sustentação financeira e da interação entre os atores da cadeia produtiva de suínos”, explica Moraes.
As zonas livres de PSC do Brasil são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a vacinação é proibida.
A zona livre concentra mais de 95% de toda a indústria suinícola nacional. Toda a exportação de suínos e seus produtos vêm da zona livre, que incorpora 15 estados e o Distrito Federal (RS, SC, PR, MG, SP, MS, MT, GO, RJ, ES, BA, SE, TO, RO e AC). As áreas não registram caso da doença de PSC desde janeiro de 1998.
Os limites entre as zonas livre e não livre de PSC são protegidos por barreiras naturais e postos de fiscalização, onde procedimentos de vigilância e mitigação de risco são adotados continuamente para evitar a introdução da doença.