Publicado em 17/03/2022 14h55

Da rastreabilidade ao novo consumidor: Território da Carne aponta desafios para o setor na ExpoMeat

As exigências do mercado interno e externo com a rastreabilidade e como se conectar ao novo consumidor de carnes foram abordados nesta quarta-feira
Por: Assessoria de Imprensa

Nesta quarta-feira (16), na abertura do segundo dia do painel "O futuro do varejo de carnes e outras proteínas: Gestão, Inovação e Rastreabilidade” promovido pelo Território da Carne dentro da ExpoMeat, os dois tópicos principais foram “Rastreabilidade na indústria da carne, importância e benefícios”, com o consultor de Negócios do Sebrae Felipe de Medeiros Rimkus, “Consumidor Moderno: Fatores que afetam a decisão de compra de carne”, com a CEO do Território da Carne Andréa Mesquita.

Público apresenta a apresentação de Andréa Mesquita, CEO do Território da Carne

O evento é promovido em parceria com o Sebrae e será realizado até hoje, quinta-feira (17), no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP) e reunirá especialistas e agentes de toda a cadeia da carne para trazer reflexões e ferramentas para serem colocadas em prática.

Além das palestras, estão sendo realizadas mesas-redondas compostas por médicos e profissionais da saúde, além de profissionais de Zootecnia e Medicina Veterinária, que abordam a relação entre o consumo de proteínas animal e vegetal com a saúde humana.

E os debates do dia destacaram os temas “Entendendo os ingredientes dos alimentos, a importância do bem-estar animal, além da pauta sobre a Pegada de Carbono”, com o docente na Unicamp, Sérgio Pflanzer; “Saúde Humana, esclarecendo o grande questionamento Será que consumir carne causa câncer?", com o médico proctologista, Eurípedes Barsanulfo, “Os impactos das escolhas dos adultos na Nutrição Infantil”, com a nutricionista, Letícia Moreira e “Rastreabilidade”, com Felipe Rimko. Os debates foram intermediados por Andréa Mesquita.

Rastreabilidade: um fator de decisão para evolução

Na apresentação de Felipe de Medeiros Rimkus, um tema que há anos faz parte das questões de evolução do mercado de proteína, a rastreabilidade, foi amplamente analisado. Foram apresentados fatores como os problemas globais que afetam sua aplicabilidade e as exigências do mercado externo, as soluções regionais e as ações locais que facilitam o processo.

A rastreabilidade identifica um produto, com origem conhecida e destino definido. Ela também certifica e oferece a afirmação de certeza ou verdade;com emissão de certidão.

Segundo ele, somente 2,5% do rebanho no Brasil é confinado. “Dados apontam que 50% dos produtores de carne no país deixarão a atividade nos próximos 20 anos devido à inviabilidade da aplicação nas normas de rastreabilidade. Para 80% dos pequenos e médios produtores ela é inviável”, alertou. “Se não é viável ao produtor é verdadeira para o mercado?”, questionou Rimkus.

Ainda segundo ele, o Brasil precisa entender se ele, de fato, rastreia e certifica ou somente burocratiza o processo de produção de carne."A rastreabilidade tem sido usada como ferramenta comprobatória, o que realmente é. Porém precisamos entender se é isso que o mercado deseja e como podemos construir outros caminhos”, apontou.

O novo consumidor

Na sequência foi a vez do grande protagonista do mercado, o consumidor. Andréa Mesquita trouxe uma ampla visão do que tem afetado a decisão de compra de carne nos dias atuais.

Andréa colocou importantes questões como quanto mais de carne você poderia vender se você conhecesse melhor seus clientes, como seu cliente final responde aos atributos oferecidos e quão personalizadas são suas mensagens. “É preciso identificar as lacunas em seu portifólio, quais segmentos não estão sendo atendidos, que produto você poderia vender agora que não está vendendo e mais, quais são as novas demandas do consumidor da carne”, destacou a CEO do Território da Carne. “É preciso deixar bem claro ao nosso público que as características falam sobre o produto, porém, são os benefícios os vendem”, disse.

Ela ainda deu um perfil do novo consumidor: “O consumidor moderno está muito engajado. A ponto de 91% acreditarem no poder das redes sociais para conectar pessoas, 79% querem usar marcas com presença na internet, 50% dizem que vai aumentar consumo de marcas que se conectam, ¾ preferem este do que o concorrente e o relacionamento via redes sociais impactam na fidelidade e receita do negócio”, detalhou Andréa.  “Converse com o seu consumidor, fale sobre benefícios na prática, sem uma linguagem técnica, avalie o perfil e o momento do cliente”, disse.

Ela ainda deu um alerta. “E atenção, os Baby Boomers (pessoas que nasceram entre 1946 e 1964) são o alvo de apenas 5% dos anúncios, apesar de ainda controlarem 75% da riqueza do país. Eles também são a geração que ainda passa mais tempo com televisão tradicional e mídia impressa", apontou.

E ela finalizou sua apresentação com os fatores que afetam a decisão e compra de carne. “Saúde e bem-estar, comércio eletrônico, sustentabilidade e transparência além das novas tecnologias são requisitos que devemos entender para cumprir o objetivo final de ganhar a confiança do consumidor. Se eles não acreditarem, não se sentirem confortáveis no que estamos entregando e se não confiarem em nós, eles não vão comprar nossos produtos”, alertou.  

Mesa redonda analisa a relação da proteína com a saúde

Ao final do evento nesta quarta-feira, o tema principal foi a relação entre a saúde e o consumo de proteínas. De acordo com Felipe Rimko, a rastreabilidade auxilia no processo de conhecimento do produto a ser oferecido aos consumidores. “Com a rastreabilidade vem a certificação, que permite que aquela proteína se encaixe em vários mercados”, apontou.

Sérgio Pflanzer destacou o crescimento do mercado de produtos análogos para substituição da proteína da carne. “Enquanto em outros países há uma curva em queda, no Brasil vemos um crescimento. Já há vários questionamentos se eles ‘entregam ‘ tudo o que prometem em temos de saúde e quem deve responder é a ciência”, apontou. “A industrialização de produtos à base de vegetais pode ser nociva à saúde.  Os chamados ‘plant based’ tem um potencial de crescimento e o mercado está se adaptando”, disse.

Andréa Mesquita apontou o risco de se consumir um produto que contenha uma lista com mais de vinte ingredientes. “Precisamos cuidar do discurso e garantir que o que prevaleça é a saúde, tanto para os adultos, como para crianças, que hoje já estão inseridas na ‘vilanização’ da carne”, destacou.

O médico Eurípedes Barsanulfo apontou possíveis problemas em longo prazo com o consumo dos ultra processados. “Estes produtos podem gerar doenças devido ao seu efeito na modulação intestinal. A ciência tem que dizer se o que a população está comendo é saudável ou não”, disse.

Letícia Moreira destacou a falha na saúde devido ao não consumo de proteína animal. “Os veganos precisam usar suplementos ou consumir uma grande quantidade de alimentos para suprir a carência de aminoácidos essenciais. Vejo que quem inicia nesta dieta, 80% a abandonam em menos de um ano, com perdas musculares e problemas intestinais”, alertou.

Território da Carne promove ações em seu estande na ExpoMeat

O Território da Carne também está recebendo seus parceiros em seu estande na Feira.  “Estamos recebendo nossos parceiros estratégicos que ressoam diretamente com o propósito do Território da Carne, como por exemplo a GranBeef, empresa com a qual estamos oferecendo uma degustação de seus produtos, carnes premium de produção sustentável, a MoonDog, especializada em petiscos para pets utilizando as partes dos animais que muitas vezes não são aproveitadas pelos produtores, e ainda, serão distribuídas as duas obras da escritora Helen Fernanda Gomes, que contam a verdadeira importância do agronegócio e dos animais: Será que a vaca quer acabar com o planeta? e Será que os humanos precisam comer carne?

Sobre o Território da Carne

Fundada pela zootecnista Andrea Mesquita, a Startup com foco em geração de negócios dentro da cadeia de proteína bovina através da educação, Território da Carne nasceu com o principal propósito de reduzir as perdas deste importante alimento principalmente dentro, mas também fora dos açougues. Seu objetivo é auxiliar na forma como é feita a administração do comércio, nas avaliações de qualidade do produto, na capacitação do time, no posicionamento digital, bem como na escolha de fornecedores certos, auxiliando nas decisões de compra do empresário, entre outros aspectos importantes dentro do negócio.

Já passaram pelo ecossistema da Startup dezenas de proprietários, gestores, empreendedores, administradores, gerentes de serviço, consultores e empreendedores do varejo, indústria e do campo que atingiram melhores resultados através de metodologias próprias, elaboradas pela empresária.

Sua frente de trabalho está baseada em quatro pilares: Compreensão da Cadeia, Aumento da Eficiência, Consumo + Consciente e Busca por Excelência.

Andréa Mesquita é zootecnista e Fundadora da Território da Carne. Sua missão é ajudar empreendedores e empresas da Cadeia da Carne Bovina a usar todo o potencial para transformar seus resultados através de práticas adquiridas por ela ao longo dos anos. Atualmente cursa Master of Business Administration (MBA) em Negócios do Varejo: Estratégia & Gestão na FIA Business School.

Mais informações: www.oterritoriodacarne.com.br

Serviço

ExpoMeat 2022 – Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal

Data: 15 a 17 de março

Horário: 14h às 20h

Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo

www.expomeat.com.br

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