Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda teve uma aceleração inflacionária para todas as faixas de renda. “As famílias de renda alta registraram a maior aceleração inflacionária no período, passando de 0,34% em janeiro para 1,07% em fevereiro. Já o segmento que apresentou a menor taxa inflação em fevereiro foi o das famílias com renda média-baixa (0,93%)”, diz o Ipea.
“No acumulado em 12 meses, as famílias de renda muito baixa apresentam a maior alta inflacionária, cuja taxa de 10,9%, se mantém pouco superior à registrada pelas faixas de renda baixa e média-baixa (10,7% e 10,8%, respectivamente) e acima da faixa de renda alta (9,7%). A análise dos dados desagregados de fevereiro mostra que a alta do grupo ‘alimentos e bebidas’ foi a principal responsável pela pressão inflacionária das famílias de renda mais baixa (com renda domiciliar menor que R$ 1.808,79).
Essa pressão é explicada pelos aumentos registrados nos cereais, farináceos e panificados, como feijão (9,4%), farinha de trigo (2,8%), biscoito (2,3%), macarrão (1,1%) e pão (1,0%). O forte crescimento dos preços dos alimentos in natura, especialmente da batata (23,5%), da cenoura (55,4%) e do repolho (25,7%), aliado a alta do café (2,5%) e leite (1,0%), ajudam a explicar esta contribuição altista para a inflação das famílias de menor renda”, completa.
Além disso, as altas dos alimentos em domicílio, principalmente os reajustes de 8,6% das carnes, de 19,6% das aves e ovos, de 43,8% do açúcar e de 61,2% do café, também provocaram impactos altistas significativos sobre a inflação no período, sobretudo para as camadas de renda mais baixa.