Publicado em 22/02/2022 19h09

Subsídios verdes impulsionam gás produzido a partir do esterco de vacas nos EUA

Nesse nicho, a empresa Clean Energy Fuels aumentou seus ganhos em US$ 70 milhões.
Por: Estadão Conteúdo

A Clean Energy Fuels, uma grande distribuidora da Califórnia de gás natural feito a partir de resíduos, encontrou uma maneira de aumentar seus ganhos em mais de US$ 70 milhões trocando o principal biocombustível que fornece para abastecer carros e caminhões por um gás quimicamente idêntico, mas produzido a partir do esterco de vacas. 

Assim como a Clean Energy, que agora investe centenas de milhões de dólares na produção do gás em fazendas leiteiras, uma série de desenvolvedores, financiadores e corporações, da Chevron à Amazon, também está procurando comprar ou produzir o combustível.

O que guia os planos dessas empresas é o Padrão de Combustível de Baixo Carbono da Califórnia (LCFS), uma regulamentação que exige que distribuidoras de combustíveis para transporte no Estado reduzam a intensidade de carbono de seus produtos. As companhias que excedem a intensidade estabelecida precisam comprar créditos de compensação e aquelas que adotam combustíveis de baixa pontuação, geram créditos.

As pontuações mais baixas de intensidade de carbono vão para os combustíveis que mantêm os gases aquecidos fora do ar - particularmente o metano. Na produção mais recente desse combustível, o esterco das vacas é descarregado em uma lagoa coberta para que o metano possa ser coletado para processamento, em vez de liberado no ar.

Ao todo, 116 instalações desse tipo já operam atualmente nos EUA e outras 121 são planejadas ou estão em fase de construção, de acordo com a Coalition for Renewable Natural Gas, uma organização sem fins lucrativos que promove o gás produzido a partir de resíduos.

Apesar dos avanços, o mercado provavelmente permanecerá pequeno em comparação com o apetite geral dos Estados Unidos por gás natural em residências, empresas e transportes. Mesmo em um cenário otimista, o biogás do esterco forneceria apenas cerca de 3% da demanda atual até 2040, de acordo com um estudo de 2019, encomendado pela American Gas Foundation. Ainda assim, a iniciativa alcança grandes empresas que buscam reduzir suas pegadas de carbono rapidamente.

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