A China cancelou pelo menos cinco carregamentos de soja brasileira desde o início da semana passada até segunda-feira, 14 de fevereiro, de acordo com informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “Várias fontes, tanto no Brasil quanto na China, disseram que esmagadoras chinesas cancelaram contratos de soja devido à combinação de futuros de CBOT em alta, prêmios FOB brasileiros disparados e margens de esmagamento negativas no país asiático”, comenta.
“Os trituradores chineses preferem cancelar contratos e pagar as multas subjacentes, em vez de originar grãos brasileiros em meio a margens de esmagamento domésticas negativas”, disse a TF, citando um de seus correspondentes.
Nesse mesmo cenário, a Índia também tem diminuído suas exportações de farelo e óleo de soja. “As exportações de farelo de oleaginosas da Índia continuaram sua tendência de queda em janeiro, caindo 65% em relação ao mesmo período do ano passado, lideradas por quedas nas exportações de farelo de soja e colza, mostraram números divulgados pela Associação de Extratores de Solventes da Índia (SEA) nesta quarta-feira. Dados provisórios da SEA atrelaram as exportações de farelo de oleaginosas da Índia em janeiro a 176.815 MT, muito abaixo das 501.552 MT do ano anterior, mas 3,6% maior em relação a dezembro”, completa.
Diversos esmagadores anunciam estar fora das vendas nesta semana e alguns já relatam a falta de caminhões para o período, que vem demonstrando, da semana passada pra cá, um aumento no preço dos fretes. “Em média, no Paraná, estes subiram cerca de 14%, e devem se manter nestes patamares até pelo menos meados de março. Se, por um lado, houve uma menor oferta devido à disponibilidade da soja, onde as colheitas não se encontram plenamente avançadas, por outro, muitas indústrias encontram-se compradas, e os preços mantiveram-se para grande parte das praças em alta”, conclui.