A estiagem afetou fortemente a produção do Rio Grande do Sul. Subiu para 257 mil o número de propriedades atingidas no Estado de acordo com informações divulgadas Emater/RS-Ascar. O terceiro Boletim Evento Adverso – Efeito da Estiagem nas Principais Atividades Agrícolas do Rio Grande do Sul, traz informações levantadas no período de 25 de janeiro a 4 de fevereiro nas unidades operativas da instituição. O último boletim, publicado em 24 de janeiro, apontava 253 mil propriedades afetadas.
Os prejuízos são grandes na cultura de grãos e produção de leite. No cultivo de milho as perdas já ultrapassam as 98 mil propriedades, acréscimo de quase 5 mil com perdas na sua produção em relação ao último levantamento. Em soja, são cerca de 88 mil produtores com redução na produtividade. Ainda se enfatiza o elevado número de produtores de leite – 33,1 mil – com dificuldades na produção. O boletim revelou uma queda de captação de 2,4 milhões de litros de leite por dia no Estado. Em torno de 17,3 mil famílias também têm dificuldades ao acesso à água. Na ultura do fumo são 23 mil atingidos e no feijão 1ª safra são 11 mil atingidos.
As lavouras de milho das regiões administrativas de Frederico Westphalen e Passo Fundo apresentam perda média superior a 65% da produtividade inicialmente estimada. Os efeitos da estiagem são variáveis nos diferentes municípios do Rio Grande do Sul, cita-se que até o momento 128 destes apresentam perdas maiores a 70% no cultivo, fato agravado pela transversalidade no uso do grão, o qual também é utilizado nas cadeias produtivas do leite, aves e suínos, por exemplo
No milho silagem a condição de déficit hídrico continua comprometendo a produtividade e a qualidade do cultivo de milho destinado à confecção de silagem, em função do corte de plantas com proporção de grãos abaixo da ideal. A perda de produtividade na regional de Passo Fundo é superior aos 65% e é a região com maiores prejuízos no cultivo, ainda cita-se perdas consideráveis nas regiões de Caxias do Sul, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Soledade, Santa Maria, Bagé e Santa Rosa. De forma geral as perdas variam de 20,4% na regional de Porto Alegre até mais de 65% na regional de Passo Fundo.
O cultivo de soja continua sendo impactado pelos efeitos da estiagem, a maioria dos cultivos apresenta plantas com porte reduzido, com encurtamento dos entrenós, perda de folhas, além de abortamento floral e queda de legumes. No RS, atualmente 158 municípios apresentam perdas superiores a 50% da produtividade inicialmente estimada, em alguns destes as perdas chegam a 90%. Na região de Santa Rosa, a perda é superior a 65% do estimado inicialmente.
A redução da produção de feijão 1ª safra no Estado varia de 5% a 95%, dependendo do local onde a lavoura está implantada. As maiores perdas médias, de mais de 60% da expectativa inicial, estão localizadas na regional de Ijuí, Erechim, Frederico Westphalen e Soledade.
