As pesquisas e as novas tecnologias têm papel importante na melhoria contínua do desempenho produtivo e reprodutivo de bovinos de corte, com consequente aumento do retorno econômico dos pecuaristas. Com esse objetivo em mente, a Trouw Nutrition firmou parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA-Colina) para realizar estudo que avalia o desempenho no creep-feeding em bezerros de corte e seu impacto no ganho de peso futuro dos animais.
João Benatti, gerente de produto Ruminantes da Trouw Nutrition, explica que os diferentes planos nutricionais traçados para o Boi 777, da APTA-Colina, mostram que a oferta de nutrientes a partir da desmama deve ser crescente.
“O que o pecuarista fizer no período de seca é extremamente importante para determinar o que ele deve fazer no período das águas. Se ele aumentar a quantidade de suplemento para um bezerro recém-desmamado durante a estiagem e, nas chuvas, colocar esse animal em um pasto com sal mineral, o plano nutricional será invertido. O resultado será menor desempenho desse animal na fase adulta. Por isso, a estratégia deve ser sempre crescente, independente de qual seja o pacote nutricional”, explica João Benatti.
Esse modelo já está bem definido e descrito no conceito Boi 777, mas ainda há uma lacuna a ser preenchida. O que fazer quando o bezerro recebe creep-feeding?
O estudo em andamento na APTA-Colina tem dois grupos de bezerros: um de animais que recebem creep-feeding e o grupo controle. Na dieta com creep-feeding, o objetivo é que os bezerros passem a ter contato com o alimento já nas primeiras semanas. Assim, é possível fornecer suplementação enquanto eles ainda estão mamando. “O sistema de suplementação com creep-feeding é atraente porque permite que os bezerros ainda pequenos consumam pouco concentrado mas ganhem peso de modo eficiente. Quanto mais novo é o animal mais eficiente é sua conversão alimentar, pois ele come pouco suplemento e ganha a mesma quantidade de peso”, explica Benatti.
Após a desmama, os animais serão divididos em dois grupos. Um grupo será abatido com 18 meses de idade comendo 1% do peso corporal em concentrado da desmama até o abate; o segundo, vai ao abate com 30 meses de idade. A pergunta que queremos responder é: qual a interferência no peso ao abate se fornecermos creep-feeding e continuarmos suplementando? O pecuarista conseguirá enxergar a diferença?
O mesmo será feito para os animais que não receberam creep-feeding. O objetivo é ajudar o produtor a entender se é o momento ou não de implantar o sistema em sua fazenda. “A cada descoberta do estudo, vamos compartilhar os resultados alcançados com os pecuaristas. Nosso intuito é descobrir qual o melhor sistema nutricional para que o efeito do creep-feeding seja percebido no abate. É olhando para a produção que conseguimos pensar em como levar soluções inovadoras para os pecuaristas. Esse é um dos pilares essenciais dos nossos investimentos em pesquisa: oferecer tecnologias acessíveis a todos os pecuaristas: dos pequenos aos grandes”, complementa João Benatti.