O feijão de corda, caupi ou feijão fradinho, tradicional na culinária brasileira, tem a capacidade de atrair bactérias benéficas para o crescimento, aponta um novo estudo da Universidade de Califórnia em Riverside (UC Riverside). De acordo com os pesquisadores, plantar essa variedade em rotação com outras culturas poderia evitar a necessidade de utilização de fertilizantes.
O professor de evolução e ecologia da UC Riverside, Joel Sachs, afirma que “a capacidade das leguminosas para fazer isto [proteger as bactérias que fixam azoto] causou-lhes imenso sucesso como a terceira maior família de plantas do planeta”. A equipe escolheu o caupi por sua tolerância à seca, o que é uma outra característica importante para os produtores rurais.
Também envolvido no estudo, cujos resultados acabam de ser publicados na revista Evolution, o patologista de plantas Gabriel Ortiz aponta que é possível “usar esta informação no futuro para projetar plantas de melhor desempenho”. As experiências envolveram 20 tipos diferentes de feijão fradinho, apontando para uma base genética de capacidades simbióticas.
Para atrair as bactérias, este tipo de feijão emite sinais químicos através das suas raízes, com as raízes formam nódulos que fornecem carbono às bactérias, que devolvem azoto. “Quando a planta sente que vai morrer, liberta as bactérias para o solo, reabastecendo-a. Os produtores poderiam alternar colheitas de leguminosas com outras culturas, deixando o solo cheio de bactérias que fixam azoto e reduzem a necessidade de fertilizantes”, explicou Gabriel Ortiz.