Com a quebra de cerca de 50% na produção de milho nos estados da Região do Sul do Brasil, os pecuaristas, avicultores e suinocultores terão de trazer o cereal de outros lugares. De acordo com análise da TF Consultoria Agroeconômica, o milho para atender as necessidades gaúchas e catarinenses poderão ser as seguintes:
- Argentina: 1,75 milhão de toneladas
- Paraguai: 1,60 milhão de toneladas
- Mato Grosso do Sul: 2,0 milhões de toneladas
- Goiás: 1,0 milhão de toneladas
- Paraná: 1,0 milhão de toneladas
- Outras origens (MT/MG): 0,57 milhão de toneladas
Mas como vão os preços nesses locais? “As cotações do milho argentino fecharam esta semana ao redor de R$ 108,00/saca posto interior, apenas R$ 6,00/acima dos preços negociados nesta semana em Santa Catarina. Esta diferença poderá ser tirada pelos grandes importadores comprando volume e negociando prêmios menores”, diz a TF.
“Os milhos do Mato Grosso do Sul são tradicionalmente adquiridos pelos compradores gaúchos e catarinenses, que podem aumentar os volumes negociados nesta safra. O milho de Goiás é a grande novidade desta safra: como o estado não tem consumo próprio para tudo o que produz, costuma vender para exportação grandes volumes que, dos quais alguns lotes já foram direcionados para Santa Catarina, onde chegaram muito competitivos em relação aos preços locais. Acreditamos que este volume possa aumentar muito nesta temporada”, acrescentam os analistas.
O Paraguai já é tradicional fornecedor de Santa Catarina e deverá manter este fluxo nesta temporada. Entre janeiro e novembro de 2021 o país tinha fornecido ao Brasil cerca de 1,6 milhão de toneladas e poderá repetir este volume nesta temporada e, talvez, até intensificar um pouco. Neste ano já houve importações de alguns lotes de Minas Gerais e do Mato Grosso, de modo que poderá haver continuidade neste fluxo, dependendo dos preços.
O grande problema no momento – e que deve persistir até abril/maio, é o frete. “Estes milhos vem de longas distâncias e é sempre difícil encontrar caminhão disponível para isto, havendo necessidade de se aumentar o preço do frete para estimular os caminhoneiros. Somente nos três meses entre novembro de 2021 e este final de janeiro de 2022 os fretes de longas distâncias já subiram 26,63% e tendem a subir mais quando começar o grosso da colheita da soja nos estados do Sul”, conclui a TF Agroeconômica.