A soja deverá ter, pelo menos, mais um ano de boa rentabilidade, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. A projeção é baseada no relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deste mês de Janeiro de 2022, que registrou um “fato que poucos analistas destacaram: os estoques finais, tanto dos Estados Unidos, como do Mundo, ainda não retornaram aos seus níveis normais”.
O que isto significa? “Significa que os preços continuarão acima da média histórica por, pelo menos, mais 12 meses, supondo-se que a safra de 2022/23 seja farta em todos os principais países produtores (Brasil, Estados Unidos e Argentina). Depois de suas secas seguidas, é razoável esperar que a terceira seja uma produção normal”, explica o analista sênior da TF Agroeconômica, Luiz Pacheco.
O estoque final global de soja ficou abaixo da estimativa pré-relatório do USDA, a 95,2 milhões de toneladas, refletindo principalmente os maiores cortes de produção da América do Sul e do que o esperado. “Como todos sabemos, o indicador de alta ou baixa nos preços é o estoque final. Esta indicação abaixo da expectativa do mercado impulsionou significativamente os preços depois do relatório do USDA”, ressalta Pacheco.
O relatório de produção da safra do NASS (Informações do Serviço Nacional de Estatística Agrícola) mostrou que o rendimento médio da soja ficou acima dos 51,2 bpa (3.440 kg/hectare) de dezembro, mas em linha com as estimativas com 51,4 bpa relatados. Com 0,1 milhão de acres a menos, isso teve uma produção total de 21/22 em 4,435 bilhões de bushels (120,7 MT).
“Calcular o cumprimento desse nível elevou os estoques em 10 mbu para 350 milhões de bushels (9,52 MT). Isso estava alinhado com as estimativas do pré-relatório, o número de dezembro de 340 mbu, refletindo a oferta”, conclui o analista da TF.