Publicado em 06/01/2022 12h17

Preços de alimentos subiram 28% em 2021, indica Índice da FAO

Em dezembro, indicador teve leve queda, mas não foi suficiente para evitar a lata acumulada no ano passado.
Por: Estadão Conteúdo

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 133,7 pontos em dezembro, queda de 1,2 pontos (0,9%) ante novembro, mas maior em 25,1 pontos (23,1%) em comparação com o mesmo mês de 2020. O resultado mensal, segundo a FAO, interrompeu uma sequência de quatro altas consecutivas. Com exceção do Índice de Preços dos lácteos, todos os outros subíndices registraram quedas mensais, com os preços internacionais dos óleos vegetais e do açúcar caindo significativamente em relação ao mês anterior.


Sede da FAo em Roma. Agência da ONU registrou alta de preços de alimentos ao longo de 2021 (Foto: Divulgação/FAO)

Em 2021, o Índice de Preços teve uma média de 125,7 pontos, alta de 27,6 pontos (28,1%) acima do ano anterior, com todos os subíndices apresentando uma média maior do que em 2020. O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 140,5 pontos em dezembro, queda de 0,9 pontos (0,6%) ante novembro. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo caíram com melhora da oferta no Hemisfério Sul e desaceleração da demanda. "No entanto, os preços do milho foram mais firmes, sustentados pela forte demanda e preocupações com a persistência do clima seco no Brasil", destacou a FAO.

As cotações do sorgo subiram, em parte influenciadas pelos mercados de milho, enquanto os preços da cevada caíram ligeiramente, assim como as cotações do arroz. Em 2021, os preços do milho e do trigo ficaram 44,1% e 31,3%, respectivamente, mais altos do que suas respectivas médias de 2020, principalmente por causa da forte demanda e oferta mais restrita, especialmente entre os principais exportadores de trigo.

O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 178,5 pontos em dezembro, caindo 6,1 pontos (ou 3,3%) em relação aos recordes recentes. "O declínio foi impulsionado pelo enfraquecimento dos preços do óleo de palma e girassol, enquanto os valores do óleo de soja e colza permaneceram praticamente inalterados na comparação mensal", apontou a FAO.

As cotações internacionais do óleo de palma caíram em dezembro, refletindo principalmente a demanda de importação global moderada em meio às preocupações sobre o aumento de casos covid-19. "Em contrapartida, os preços da soja e do óleo de colza mantiveram-se fortes, amplamente sustentados, respectivamente, pela demanda firme de importação principalmente da Índia e pelo prolongado aperto da oferta global", informou a FAO.

Em 2021, o Índice de Preços do Óleo Vegetal atingiu a média de 164,8 pontos, até 65,4 pontos (ou 65,8%) em comparação com 2020 e marcando uma alta anual de todos os tempos.Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 111,3 pontos em dezembro, ligeiramente alterado em relação a novembro e 16,5 pontos (17,4%) acima do valor do ano anterior.

Conforme a FAO, as cotações da carne suína caíram pelo sexto mês consecutivo, principalmente por causa da redução nas compras da China. "As cotações internacionais das carnes de ovinos diminuíram com o aumento da oferta da Oceania, assim como os preços da carne de frango que foram pressionados devido ao aumento da oferta global", destacou a entidade.

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