Publicado em 05/01/2022 20h32

Biocombustíveis podem recuperar solos degradados

O pesquisador utilizou biocombustíveis produzidos com ráquis, caroço de palma, poda de árvores, polpa de café e caule de rosa.
Por: Leonardo Gottems

O uso de biocombustíveis, ou carvões ativados, além de ser uma alternativa viável para o manuseio de resíduos industriais como pau-rosa e café, melhora as propriedades do solo, e ainda se observou que absorvem metais pesados como o cádmio. Julio César Rivera, Mestre em Ciências Agrárias pela Universidade Nacional da Colômbia (UNAL), destaca que “o solo é um recurso não renovável, e em áreas onde a atividade agrícola se desenvolve há muitos anos, ou tem baixa fertilidade natural, é preciso realizar atividades de recuperação ”. 

Para seu estudo, o pesquisador utilizou biocombustíveis produzidos com ráquis, caroço de palma, poda de árvores, polpa de café e caule de rosa, a fim de caracterizá-los, avaliá-los como corretivos no crescimento da alface e determinar seu efeito nas propriedades. Propriedades físico-químicas de vários solos contaminado com cádmio. Ele explica que para obter os biocombustíveis realizou um processo de decomposição térmica na ausência de oxigênio, conhecido como pirólise lenta a 350  o C, e após a queima dos resíduos vegetais caracterizou as propriedades do produto obtido. 

Ele também usou um microscópio eletrônico para ver os carvões, avaliou o pH (ou grau de acidez) e a capacidade de troca catiônica, entre outras variáveis, e fez o teste de campo em solos contrastantes com a alface por ser uma planta que normalmente absorve cádmio. Segundo o especialista, os biocombustíveis são obtidos a partir de vários elementos já que a ideia é gerá-los a partir de resíduos que estão causando poluição em uma área específica para criar alternativas bioecológicas, por isso no teste de campo foram utilizados vários elementos para a produção de biochar como o palmiste, resíduo abundante nas planícies orientais do país. 

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