A adaptação de certas plantas à seca e altas temperaturas implica uma reprogramação fundamental do seu metabolismo, não apenas um simples ajuste que as plantas normais podem fazer. A seca e as altas temperaturas frequentemente causam perdas significativas na produção de valiosas safras de alimentos.
As plantas adquirem sua energia por meio da fotossíntese, processo pelo qual absorvem a luz solar, o dióxido de carbono e a água e os convertem em açúcares e outros compostos orgânicos. No entanto, nem todas as plantas fazem isso exatamente da mesma maneira. Muitas espécies em áreas semi-áridas quentes desenvolveram uma forma de fotossíntese chamada metabolismo do ácido crassuláceo (CAM), que é comumente encontrada em plantas suculentas. Isso permite que eles absorvam dióxido de carbono no escuro, evitando fazê-lo durante as horas mais quentes do dia, reduzindo muito a perda de água por evaporação através dos estômatos nas superfícies das folhas e do caule.
A adaptação das plantas CAM para capturar dióxido de carbono à noite parece envolver uma reprogramação fundamental do metabolismo do ácido orgânico, ligada ao seu modo especial de fotossíntese. Ainda não se sabe se esse é um ajuste simples que as plantas normais podem fazer. Mas as descobertas sugerem que a bioengenharia bem-sucedida do traço CAM dependerá de uma compreensão detalhada da regulação do metabolismo ácido diurno e noturno nas células fotossintéticas, que deve ser o foco de pesquisas futuras. O texto foi publicado no portal especializado mundoagropecuario.com neste manhã.