A crise no setor comprometeu novos investimentos e provocou o aumento do abate de matrizes, na tentativa de minimizar os efeitos da falta de renda dos pecuaristas.
Como consequência, houve restrição de oferta de animais para abate e valorização dos bezerros para a reposição de rebanho. Este fator, juntamente com a seca prolongada, contribuiu para a alta da arroba e dos preços da carne bovina neste ano, segundo análise da Superintendência Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“É preciso levar em consideração que os preços atuais do boi gordo sucedem um longo período de baixa. Mas os baixos preços do boi gordo em 2011 e 2012 contribuíram para reduzir a inflação no período, pois a carne subiu menos que o IPCA, beneficiando os consumidores”, diz a nota técnica da CNA. Especificamente nestes dois anos, a arroba caiu 3% e 5,36%, respectivamente, enquanto os custos subiram 8,15% e 2,85%.
No entanto, a nota ressalta que este aumento é pontual. Na sua avaliação, para que os preços fiquem estáveis e haja equilíbrio entre oferta e demanda, são necessários novos investimentos em tecnologia para aumentar a produtividade, o que não tem sido possível nos últimos anos, pois a renda do setor subiu abaixo dos custos. Em uma década, enquanto a arroba do boi subiu 101,17%, o Custo Operacional Efetivo (COE) teve elevação de 162% no período.
Recuperação – Em 2014, apesar da alta, o movimento de elevação dos preços da arroba é acompanhado pelo aumento dos custos de produção. Enquanto a arroba do boi gordo subiu 9,91% este ano, o COE, que engloba as despesas do produtor com o dia a dia da atividade, teve variação de 13,15%.