Esta é uma das preocupações do produtor Arnaldo Eckert, que plantou 1,2 mil hectares da cultura em sua propriedade no município de Tapes, que será a sede da 25ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, de 5 a 7 de fevereiro no parque do Sindicato Rural do Município. O agricultor informa que cerca de 80% da produção já está na fase de florescimento. “Tivemos problemas no início do plantio, mas conseguimos plantar mais cedo. Agora enfrentamos o problema de muita chuva e pouca luminosidade neste momento de floração.”
Mas as boas práticas preconizadas na produção serão um ponto forte para Eckert minimizar os problemas. O produtor realizou o escalonamento do plantio e utilizou mais de uma variedade na lavoura. Também dividiu o espaço com a soja, plantando cerca de 1,5 mil hectares da oleaginosa, com o objetivo de aumentar a rentabilidade. “O escalonamento ajuda a ter um bom rendimento nas lavouras, pois tudo não floresce em um momento só, dura o mês inteiro. Se pegamos dois dias de tempo ruim afeta só uma parte da lavoura”, salienta.
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, a situação do clima é preocupante. O dirigente relata que existem regiões gaúchas como São Borja, Uruguaiana e Itaqui, que já registram perdas em lavouras em razão do aumento do nível do rio Uruguai e terão a colheita comprometida. “Tenho dúvidas se a nossa produtividade será uma produtividade esperada. Estamos bastante preocupados com as possíveis repercussões que podem acontecer em função a este clima que se instalou no Rio Grande do Sul que é bastante nocivo não só por enchentes e excesso hídrico, mas também pela baixa radiação solar. O arroz é extremamente dependente desta radiação para poder externar seu potencial produtivo”, explica.