“A cultura de algodão próxima desses locais mantém a população de mosca branca até o início do plantio da soja. Assim, ela migra para a soja. O que estamos vendo no campo é que a maioria das regiões com plantio de algodão está com alta população desse inseto. Eles estão sobrevivendo em soqueiras de algodão ou mesmo em diversas plantas daninhas que são hospedeiras e acabam atacando a cultura da soja. Em trabalhos realizados pela Embrapa a partir de 15 ninfas por folíolo pode-se ter redução de rendimento na cultura da soja, principalmente se esse ataque ocorrer no período de enchimento de grãos”.
Outro fator que tem agravado a situação é clima mais seco. “Esta condição, que se apresenta em boa parte de Mato Grosso, proporciona o aumento populacional e a redução do ciclo biológico da praga, elevando o número de gerações da mosca branca”, explica.
Após detectada a infestação, é importante que o produtor controle a mosca branca principalmente para evitar a migração para outras áreas. A entomologista recomenda aplicações químicas. “O controle deve ser feito com produtos específicos ou então com neonicotinóides, sendo o acetamipride o princípio ativo que apresenta melhores resultados”.
A pesquisadora ressalta, porém, que o controle deve ser regional. “Não adianta nada se somente um produtor tomar as medidas necessárias para o controle, se os demais nas imediações da área também não o fizerem. Isso porque esse controle será limitado já que a praga migra muito entre as áreas”. Também é preciso, como frisa, erradicar as plantas tigueras de algodão e destruir as soqueiras de algodão que mantém a população durante a entressafra.