Segundo o consultor da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa), João Pedro Cuthi Dias, o ano será de estabilidade para o pecuarista devido a demanda de carne bovina que tende a aumentar. “A alta do dólar nos apresenta um momento positivo para disputar o mercado externo. Essa desvalorização do real torna o produto brasileiro mais procurado, porém a cautela sempre é necessária”, alerta o consultor ao considerar a necessidade do produtor rural manter um bom fluxo de caixa e financiamentos moderados.
Para a avaliação Cuthi Dias leva em consideração os custos de produção que oscilam e a necessidade de investimento vertical e horizontal. “Pastagem, genética, manejo e gestão pessoal são investimentos que devem se manter constante que ocuparão parte do lucro do pecuarista, mas cada caso é um caso. Em 2015 o que prevalecerá será a busca por proteína, sempre em alta, o que pode não ser tão interessante para o mercado interno que poderá pagar mais caro por determinados cortes”, enfatiza o consultor.
Aproveitando o cenário positivo e a valorização da arroba pela indústria, o produtor rural de Campo Grande, Paulo Antônio Serra da Cruz, liquidará um plantel de aproximadamente 300 cabeças. “Os especialistas defendem um ano rentável para o setor, mas sabemos que o comportamento econômico é sempre instável. Vejo os primeiros meses do ano como uma oportunidade ímpar de comercializar genética comprovada, já que outros produtores estão em busca de volume com qualidade, visando o lucro oferecido pelo mercado”, analisa o proprietário da Fazenda Nelore Três Barras, que redimensionará seus investimentos em 2015.
De acordo com Cruz o formato de leilão se enquadra como excelente opção de comércio de gado. “Criadores que estão dispostos a investir buscam leilões por ser uma opção cômoda e por ter uma apresentação completa do animal, com dados relacionados a sua origem e potencilidades”, destaca o empreendedor rural que escolheu estrategicamente o mês de fevereiro e a capital Campo Grande para comercializar todo seu rebanho.