“O céu está vindo abaixo” – disseram exportadores norte-americanos da carne de frango ao saber do embargo chinês. “Mas não é bem assim” – afirmam Meyer e Steiner.
Entre outros fatos, demonstram que as compras de China e Hong Kong se concentram nas patas de frango. Em 2013 absorveram perto de 114 mil toneladas desse item, gerando receita cambial de US$314,5 milhões. Do volume total, cerca de 60% seguiram diretamente para a China.
Em 2014, até novembro, o volume importado já havia passado das 123 mil toneladas (mais de 8% acima do total de 2013) e gerado receita de US$387,6 milhões, quase um quarto a mais que o total do ano passado.
O grande detalhe, aqui, é que as remessas via Hong Kong representam, agora, cerca de 75% do total embarcado. E se em 2013 China e Hong Kong absorveram 84% das patas de frango exportadas pelos EUA, em 2014 devem ter absorvido algo em torno dos 97%.
Assim, concluem os dois analistas norte-americanos, não há motivo para pânico: “a maior parte das patas de frango exportadas para aquele mercado continua fluindo normalmente através de Hong Kong”. Não há motivo, também, para temer mudanças na política adotada por Hong Kong. Pois enquanto o governo chinês impôs o embargo a todo o território norte-americano, o embargo imposto pelas autoridades de Hong Kong foi regionalizado, estando restrito às áreas onde foi detectado o vírus.