Neste quadro de derrotas da sociedade brasileira, o agro de 2014 voltou a nos salvar de um colapso, pois o desempenho das exportações foi extremamente positivo, trazendo US$ 96,8 bilhões ao Brasil, mas o agro também perdeu: este valor foi 3,2% menor que o de 2013. O saldo foi de US$ 80,1 bilhões na balança comercial do agro, um valor também 3,3% menor que 2013.
Corroborando a difícil situação da economia brasileira, os demais produtos brasileiros fora do agro apresentaram queda de 9,7% nas exportações de 2014 (US$ 142,1 bi em 2013, para US$ 128,4 bi em 2014) e com esta queda, a participação do agro nas exportações brasileiras cresceu quase dois pontos, atingindo incríveis 43% do total.
Como a balança comercial brasileira, após seguidos anos de superávit, fechou 2014 negativa em quase US$ 4 bilhões, mais um pífio resultado entregue por esta gestão, se não fosse o agro, o Brasil teria um déficit de US$ 84 bi, estourando a inflação, acabando com o real e espalhando miséria. Mais um em que o agro salvou a economia brasileira, permitindo crescimento sustentável e distribuição de renda, programas sociais, inclusão, apesar de continuar sendo demonizado por parte dos ditos “movimentos sociais”, que preferem perpetuar o atraso e a miséria.
Os 10 produtos que mais contribuíram no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: café verde (aumentou US$ 1,46 bilhão em relação a 2013), soja em grãos (US$ 465,1 milhões), carne bovina in natura (US$ 435,6 mi), couros/peles bovinos preparados (US$ 250,7 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 250,1 mi), carne suína in natura (US$ 219,2 mi), farelo de soja (US$ 213,4 mi), leite em pó (US$ 205,3 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 205,2 mi) e celulose (US$ 112,5 mi). Estes 10 ganhadores foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 3,8 bilhões nas exportações do agro de 2014.
Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações em relação a 2013 foram: milho (queda de US$ 2,37 bilhões), açúcar de cana em bruto (US$ 1,71 bi), álcool etílico (US$ 970,9 milhões), fumo não manufaturado (US$ 740,1 mi), açúcar refinado (US$ 669,6 mi), suco de laranja (US$ 329,3 mi), trigo (US$ 247,3 mi), óleo de soja em bruto (US$ 216,4 mi), carne de frango in natura (US$ 110,9 mi) e café solúvel (US$ 86,4 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações comparadas com 2013 na ordem de US$ 7,46 bilhões.
Os 10 principais países que mais cresceram suas importações do Brasil em 2014 foram: Rússia (US$ 899,1 milhões a mais que 2013), Alemanha (US$ 828,6 milhões), Vietnã (US$ 427,4 mi), Venezuela (US$ 413,3 mi), Índia (US$ 358,0 mi), Turquia (US$ 262,7 mi), Hong Kong (US$ 243,0 mi), Tailândia (US$ 212,8 mi), Itália (US$ 197,3 mi) e Indonésia (US$ 139,8 mi). Juntos, foram responsáveis pelo aumento de US$ 3,9 bilhões nas exportações. Por este números se percebe como o embargo russo às importações vindas dos EUA e Europa nos beneficiou.
O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Países Baixos (US$ 911,4 milhões a menos que 2013), China (US$ 815,9 mi), Coréia do Sul (US$ 717,9 mi), Japão (US$ 629,0 mi), Arábia Saudita (US$ 403,4 mi), Taiwan (US$ 372,7 mi), Marrocos (US$ 269,1 mi), África do Sul (US$ 240,6 mi), Ucrânia (US$ 232,8) e Colômbia (US$ 224,5 mi).
O que esperar para 2015? Temos o estímulo do clima e do câmbio, que parecem melhores, e os plantios foram bons. O petróleo mais barato também estimula o consumo das famílias no mundo, podendo refletir nos mercados de alimentos e até recuperação de preços das principais commodities puxados pelo consumo. Com estes impactos e quem sabe uma volta do crescimento da China nas importações do agro brasileiro, possamos finalmente em 2015 passar dos US$ 100 bilhões em exportações. Quem sabe um novo Governo tenha estímulo e possa despertar e contribuir na redução do custo Brasil, contribuindo com as exportações e a consequente geração e distribuição de renda.
Até o agro piorou neste tenebroso 2014, mas mesmo assim nossos produtores merecem amplo agradecimento da sociedade por nos salvarem de uma situação que seria muito pior que a observada sem a sua existência.