Segundo informou a família ao www.nortaonoticas.com.br, o rapaz trabalhava há apenas dois dias na empresa onde sofreu o acidente fatal.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego apontam que acidentes nas lavouras e silos de armazenamento ocorrem com certa frequência em Mato Grosso.
Em maio de 2013, um homem de 47 anos morreu na fazenda Volta Grande, em Canarana. O motivo apontado pelo relatório final do MTE é semelhante ao que apontam os indícios do acidente de terça: local inadequado ao trabalho e inexperiência do trabalhador para a função exercida. Ele foi esmagado pela rosca varredora do silo.
No dia em julho de 2011, outro trabalhador de 46 anos morreu atropelado por uma colheitadeira de algodão em Campo Novo dos Parecis, na Fazenda Campo Real. Quando não há morte, há amputação. Em agosto de 2013, um trabalhador de apenas 20 anos perdeu um dedo da mão esquerda numa fábrica de beneficiamento de alimentos no Distrito Industrial, em Cuiabá.
E esses são apenas alguns casos de uma realidade que acontece, infelizmente, praticamente todos os anos no estado.
O Brasil gasta anualmente R$ 71 bilhões com os cuidados aos trabalhadores acidentados, valor equivalente a 9% da folha salarial formal do país. Além das mortes, a incapacidade temporária é o resultado mais frequente. Ou seja, ou o trabalhador morre no exercício da função ou se machuca e termina desempregado.
“Após o acidente, ele tem um período de estabilidade, mas seu destino quase sempre é ser mandado embora, pois não tem condições de desempenhar mais a mesma função. A partir daí, a busca por um novo emprego se torna ainda mais difícil”, aponta o juiz Paulo Brescovici, coordenador do Grupo de Trabalho Interinstitucional de Mato Grosso (Getrin/MT), entidade presidida pelo Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso.
No caso de Uitallon, além de ainda não ter tido tempo de ser registrado, ainda segundo o nortaonoticas.com.br, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou que o jovem não estava portando equipamentos de segurança obrigatórios. No caso dele, a empresa se responsabilizou por dar assistência à família.
De acordo com dados do Programa Trabalho Seguro, desenvolvido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), ocorreram 711.164 acidentes, com 2.884 mortes no Brasil em 2011, cerca de 30% destes resultaram em perda da capacidade laborativa. Entre os anos de 2010 e 2012, foram 3.257 acidentes típicos e 610 de trajeto.
Em Mato Grosso, em 2013, houve 1.903 acidentes causadores de incapacidade temporária, dos quais 1.337 obtiveram recuperação; 237 geraram incapacidade parcial e 167 acabaram em morte. As estatísticas de 2014 ainda não foram divulgadas. Todos os dados são do Getrin/MT e do MTE.