“Temos a maior seca dos últimos 80 anos e vamos mobilizar todos os órgãos e entidades para criar um programa de recuperação de nascentes e de fontes de água de São Paulo. Já o setor sucroenergético responde, hoje, por 34% do PIB (Produto Interno Bruto) agrícola do Estado. Estamos vendo o setor definhar e todo o entorno deste setor sofrer”, afirmou Jardim.
O novo secretário da Agricultura acentuou que a secretaria será porta-voz junto ao governo federal para solucionar problemas, como os enfrentados pelo setor sucroenergético.
“Neste momento, o que valem são os princípios e não as metas”, disse ele. Destacou ainda que é alarmante acompanhar o fechamento de 44 usinas e ver outras 33 em recuperação judicial, nas três últimas safras.
“A situação, além de provocar a perda de mais de 50 mil empregos nos últimos três anos, reduz a arrecadação, levando à falência a indústria de máquinas e equipamentos por falta de encomendas. Na indústria de base, a perda de postos de trabalho já supera a casa dos 100 mil desde 2011. Além disso, os produtores de cana-de-açúcar da região Centro-Sul ainda sofreram o impacto da forte estiagem que atingiu a região”, discursou.
IMPORTÂNCIA DE SP
Em seu primeiro discurso como secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, ele colocou a satisfação de integrar o governo Geraldo Alckmin, enfatizou a importância da agricultura para o Estado e falou sobre a necessidade de políticas públicas estáveis, de segurança jurídica e de previsibilidade nos parâmetros econômicos para o pleno desenvolvimento do setor.
“São Paulo é o maior produtor de açúcar e etanol, de borracha natural e de laranja, além de grande produtor de café, madeira de reflorestamento, flores ornamentais, ovos, frutas, frangos e suínos, e ainda tem posição destacada na exportação de carne e genética bovinas”, enumerou o secretário, que anunciou seu desejo de ampliar alianças econômicas com o governo federal.
“Temos parcerias importantes com a Embrapa [Empresa de Pesquisa Brasileira Agropecuária] e queremos fortalecer isso, algo que nós já temos com alguns órgãos do governo federal. Então, nós vamos buscar um trabalho muito próspero”, afirmou.
Ele ressaltou que a questão do abastecimento estará entre os destaques da sua gestão, pois prentede que a pasta recupere, de uma forma mais acentuada, sua vertente de abastecimento.
“Nós estamos conversando com o governador (de São Paulo) para que programas, como o Bom Prato e o Viva Leite, que hoje estão com outros órgãos do Estado, sejam feitos de uma forma integrada com a Secretaria de Agricultura. Nós temos hoje centros de compras, feiras de orgânicos, tudo isso será fortalecido. Então, sobre a vertente alimentação e segurança alimentar haverá uma concentração de esforços aqui da secretaria”, assegurou.
ESTRUTURA
Sobre a estrutura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), Jardim destacou a importância de repor o quadro de colaboradores e da integração do trabalho.
“Nós sabemos que a secretaria perdeu fôlego recentemente, porém já há demanda por novos concursos públicos. Tratei disso pessoalmente com o governador. Vamos buscar melhores condições de trabalho, mas nós vamos cobrar contrapartida. Há muitas vezes uma multiplicidade de esforços e temos que ajustar isso, fazer um esforço para a integração das equipes.”
“Destaco que a secretaria deve reforçar o cooperativismo e os valores que incluem a participação democrática, a solidariedade, a independência e a autonomia. O cooperativismo já demonstrou sua capacidade de enfrentar os desafios econômicos, urbanos e rurais brasileiros, com as ferramentas da produtividade, competitividade e responsabilidade social”, afirmou Jardim.