Publicado em 13/01/2015 15h47

Produtores que não suspenderam plantio na estiagem começam colheita

Prejudicada pela estiagem de outubro do ano passado, boa parte da plantação de soja do Estado dever ser colhida com atraso. Aqueles que, no entanto, ignoraram a falta de chuva e plantaram mesmo assim já começam a colheita, porém com perdas maiores. É o caso de uma propriedade na região norte do Estado, em São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros de Campo Grande.
Por: Campo Grande News

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A fazenda Monte Azul, que iniciou a colheita na semana passada, é um caso isolado, segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Júlio César Bortolini. “Todos os outros produtores da região suspenderam o plantio na época da estiagem. Essa foi a única fazenda que plantou mesmo assim, correndo o risco de dar errado e deu”, comenta o sindicalista sobre a propriedade que não quis para o plantio para não atrasar o cultivo da próxima cultura, o algodão.

De acordo com o presidente da entidade, os demais produtores da região, que tem 127 mil hectares de soja plantada, devem começar a colheita no próximo fim de semana. “Grupos grandes que tem outras atividades podem arriscar, mas a maioria dos agricultores da região não tem esse perfil, então todos seguiram a recomendação de interromper o plantio no ano passado e esperar a chuva, mesmo que a colheita fosse atrasar”, explica Júlio César.

Boa parte dos produtores já fechou negócio dos grãos a serem colhidos ao preço médio de U$ 19, o que gira em torno de R$ 50 a saca de 60 quilos, de acordo com Júlio. “Alguns trocaram insumo por soja, outros venderam antecipado e quem não negociou põe no armazém. O preço é bom, mas depende de cada produtor, isso é complexo. Com esse preço, para quem não paga arrendamento é um alto negócio, já para quem arrenda não é”, detalha.

A Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), não divulgou ainda data oficial para a colheita da safra 2014/2015, mas tem conhecimento de poucas propriedades que já começaram a colher. A previsão da safra é de 6,3 milhões de toneladas, o que representaria crescimento de 9,2% em relação aos 5,7 milhões de toneladas da safra 2013/2014, conforme pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A princípio a estimativa da Aprosoja era de 6,6 milhões de toneladas, número que não deve ser alcançado em virtude da estiagem enfrentada pela cultura.

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