O governo federal lançou nesta terça-feira, (13/1), o Plano de Escoamento da Safra 2014/2015, com ações integradas dos ministérios da Agricultura, Portos e Transportes. O plano prevê ações das três pastas para o envio ao exterior de parte das 202 milhões de toneladas de grãos produzidas no País.
Entre as ações anunciadas pelos ministros da Secretaria de Portos, Edinho Araújo, da Agricultura, Kátia Abreu, e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, está a utilização de 426 embarcações nas hidrovias Madeira e Tapajós. As barcaças formam o sistema de transporte do chamado Arco Norte, corredor logístico que o governo cria na região para diminuir a pressão no Porto de Santos, principal porta de saída do agronegócio.
O plano prevê, ainda, melhorias na BR-163, cujo trecho entre o Mato Grosso e o Pará foi reformulado. A rodovia é parte do Arco Norte, ao lado das hidrovias. O escoamento da safra também será feito com a otimização dos agendamentos no Porto de Santos. "Essa iniciativa lançada no ano passado deu resultados positivos", disse o ministro Edinho.
A ministra Kátia Abreu destacou o ritmo de crescimento da produção de grãos na região formada pelos Estados de Maranhão, Piauí, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia (Matopiba), classificada por ela como "última fronteira agrícola do mundo", como responsável pela alta de 5% esperada para a safra de grãos 2014/15. "Esse sim foi o crescimento exorbitante no Brasil, com mais de 60% de aumento na produção e, o mais importante, sem desmatamento", disse, ressaltando o aumento da produção do campo a partir da década de 1970.
A ministra, contudo, ressaltou que o aumento não trouxe impacto negativo na logística do agronegócio, que exporta principalmente pelos Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), em virtude da existência dos terminais de Itaqui (MA) e de Belém (PA). "Sem isso, teríamos uma dificuldade tão grande como nos tempos de (ocupação agrícola) Mato Grosso", afirmou.
A estimativa é de que, em 2015, o volume do complexo da soja, principal item da pauta de exportação do agronegócio, será 6,2% maior do que no ano passado, alcançando 64,2 milhões de toneladas de soja e farelo. "Nós estamos trabalhando em conjunto e os Ministérios de Transportes e Portos já conhecem os volumes (produzidos) e poderão organizar o escoamento dos portos e as vias", disse Kátia Abreu.