"As regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste encontram-se em seus períodos úmidos históricos. Todavia, no seu início, a análise das atuais condições hidrometereológicas e climáticas ainda não caracterizam o seu efetivo estabelecimento", disse o ONS em relatório do Programa Mensal de Operação nesta sexta-feira.
O ONS reduziu a previsão de chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro Oeste em janeiro para cerca de 56 por cento da média histórica, ante a estimativa de 82 por cento divulgada na semana passada.
No Nordeste, as afluências deverão ficar em 32 por cento da média histórica para o mês, ante estimativa anterior de que ficassem a 42 por cento da média.
O ONS espera agora que o nível das represas do Sudeste termine janeiro entre 19,2 por cento e 25,3 por cento, ante o nível atual de 19,67 por cento. Já no Nordeste, a expectativa é de armazenamento de 16,2 a 19,6 por cento, ante 18,28 por cento atualmente.
No Norte, espera-se que as chuvas atinjam 61 por cento da média em janeiro e apenas o Sul deve receber muitas chuvas -- equivalentes a 242 por cento da média histórica.
A forte redução nas previsões de vazão elevaram o Custo Marginal de Operação do Sistema (CMO) em 85,6 por cento e o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) se mantém no máximo para a próxima semana, em 388,48 reais por megawatt-hora (MWh).
Meteorologistas disseram à Reuters nesta semana que as chuvas esperadas para o período úmido na região Sudeste provavelmente não vão encher as represas dessa região a níveis melhores que os vistos em abril do ano passado, fim do período úmido, o que não mitiga preocupações sobre o fornecimento de energia para este ano.
As ações de empresas do setor elétrico caíram fortemente na Bovespa nesta sexta-feira. Em email a clientes, o BTG Pactual chamou a atenção para revisão nas expectativas do ONS. "É muito cedo para especular sobre qualquer ação mais efetiva, como potencial racionamento, mas a notícia acende uma luz amarela", disse em email a clientes.
A redução nas estimativas de chuvas eleva ainda mais a preocupação das geradoras quanto aos gastos que deverão ter que arcar em janeiro referentes ao déficit de geração hidrelétrica.