“Esse ministério será o ministério do diálogo. Todos aqueles que quiserem produzir, não interessa o tamanho da terra, desde que tenha um palmo de chão, o ministério está pronto para apoiar em qualquer circunstância”, afirmou Kátia, ao ser questionada sobre como vai lidar com os movimentos sociais.
Na contramão da política adotada no governo Lula, de promover a concentração do setor de carnes criando campeões nacionais como a JBS e Marfrig, a nova ministra pretende abrir o mercado nacional para novos frigoríficos.
“Não sei se é o oposto (do governo Lula). Precisamos dar oportunidade para que mais frigoríficos possam exportar, sem enfraquecer ou desmerecer nenhum deles. Temos um imenso mercado lá fora e nossas agroindústrias precisam estar preparadas, e totalmente liberadas, para exportar para esse grande mercado consumidor, seja de carnes, quer sejam outros produtos, como café, leite. A obrigação do Ministério da Agricultura é viabilizar, dar condições para que todas as empresas possam estar aptas para exportar.”
REFORMA AGRÁRIA
Questionada sobre reforma agrária, a presidente licenciada da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) afirmou que essa questão não pertence a seu ministério, e sim ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Quero declarar meu eterno amor a essa categoria que ajudou a formar meu caráter, meus princípios”, discursou Kátia.
Apesar de sua nomeação ter desagradado seu partido, o PMDB, que a considera da cota pessoal da presidente Dilma Rousseff, Kátia agradeceu à sigla, em seu discurso, citando os nomes do vice-presidente Michel Temer e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nenhum dos dois compareceu na solenidade.
Depois de usar na posse, na última quinta-feira, um vestido “verde alface” que chamou atenção, Kátia optou nesta segunda-feira por um vestido mais discreto, preto e branco. A posse foi na rua, em frente ao ministério. A assessoria de imprensa afirmou que o auditório não comportaria todos os convidados.
“GARGALOS”
Em seu discurso, a nova ministra citou alguns “gargalos”, como as dificuldades do setor sucroalcooleiros, a necessidade de ampliar a cobertura do seguro rural e de investir em infraestrutura, como em hidrovias e ferrovias. Ela listou ainda como um de seus desafios dobrar a classe média rural nos próximos quatro anos.