Dessa forma, na média desses 18 anos, o ápice de preços ocorreu no bimestre novembro/dezembro, ocasião em que a remuneração obtida pelo produtor ficou entre 19% e 20% acima da registrada na média do ano anterior.
Pois 2014 foi uma exceção ao que pode ser considerada uma regra – em especial no tocante ao final do exercício.
É verdade, aqui, que em apenas duas ocasiões (março e abril) os preços registrados em 2014 foram similares aos apresentados pela curva tradicional. Mas ainda que no restante do ano tenham ficado bem aquém da média registrada em 18 anos, acompanharam a curva tradicional.
Mas até outubro, apenas. Pois em novembro e dezembro os preços alcançados tiveram comportamento totalmente anômalo. A ponto de encerrarem o exercício com um valor correspondente a 96,2% da média do ano anterior, quase 25 pontos percentuais aquém do que foi registrado entre 1996 e 2013.
Note-se, de toda forma, que já foram registrados desempenhos piores que o atual. Em 2005, por exemplo, o preço médio do frango vivo em dezembro ficou a 76,5% da média do ano anterior. Foi quando o mundo, injustificadamente assustado com inúmeros casos de Influenza Aviária, reduziu significativamente o consumo do frango, afetando as exportações brasileiras. Os resultados foram uma crise profunda na avicultura e queda substancial dos preços internos.
Essa crise, aliás, estendeu-se pela maior parte do ano seguinte, 2006, fazendo com que em dezembro, novamente, o preço médio do mês ficasse aquém da média [baixa] do ano anterior. Mas, nos 18 anos analisados, essas foram as únicas exceções à regra. Que, desconsideradas na análise realizada, fariam o preço de dezembro ficar 25% acima da média do ano anterior.
