Segundo o presidente da Aprofeijão-RS, Tarcísio Ceretta, a alta umidade associada ao calor também ocasionou o aparecimento de doenças, principalmente, de solo, e dificultou o tratamento da lavoura. “Para quem está iniciando a colheita, o ideal seria alguns dias de baixa umidade. Mas ainda temos previsão de 150 milímetros de precipitações nesta semana. O restante da colheita deve ficar mesmo para o resto de janeiro. A chuva tem inchado a vagem, e, por isso, acontece de soltar a casca e diminuir a produtividade e a qualidade do produto”, explica Ceretta.
Em relação ao preço para esta safra, a saca de 60 quilos está cotada em R$ 114,00, segundo levantamento da Emater relativo à última semana de dezembro. A série histórica, que leva em conta a média nos últimos quatro anos, para o mês de dezembro é de R$ 103,00. O gerente técnico da Emater, Dulphe Machado Neto, afirma que o valor remunera os custos de produção, mas ressalta que poucas cooperativas recebem, especificamente, os grãos de feijão, deixando a cadeia de comercialização, na sua visão, “muito desorganizada”.
Ceretta, por sua vez, diz que o preço é “razoável”, mas pode chegar aos R$ 140,00 conforme o tipo e a qualidade da leguminosa. E, em casos de grandes propriedades com produtividade de 1,6 toneladas por hectare o produtor obtém rentabilidade satisfatória. “A tendência, com esse preço, é de que não falte feijão preto no mercado nacional por causa da produção das grandes propriedade, além da entrada safrinha”, completa, ao ser questionado sobre a necessidade de importação, como foi o caso do ano passado.