Na avaliação do gestor ainda há necessidade de apoio a cotonicultura em virtude dos baixos preços internacionais da pluma — pressionados pelo elevado estoque do produto na China.
Por outro lado, o mercado de milho é considerado acomodado, e deve atingir um ponto de equilíbrio naturalmente. “Além de os preços estarem acima do mínimo atualmente, a previsão de que a área plantada será menor na safra de verão também ajuda a balizar os preços”, aponta Santos.
Em seu último levantamento, divulgado em 10 de dezembro, a Conab estimou a lavoura de milho verão em 6,1 milhões de hectares, 6,6% menor que a cultivada no ciclo passado, o que aponta para uma produção de 29,3 milhões de toneladas (-7,5%).
A estimativa para a safrinha ainda não foi atualizada e a Conab considera, por enquanto, a mesma área de 2014, de 9,1 milhões de hectares de milho. Assim, a projeção para a safra brasileira do cereal em 2014/15 é de 78,7 milhões de toneladas (-1,5%). Já o algodão deve ocupar 1,0 milhão de hectares (-10,4%) e resultar em até 1,539 milhão de toneladas (-11,2%).
Considerando apenas os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), que apoiam o escoamento da produção, a dupla milho e algodão deteve a maior parcela de todo o subsídio nacional (79% do total). Foram R$ 255,54 milhões para cereal (com 5,8 milhões de toneladas movimentadas) e R$ 243,6 milhões para o algodão (com 905,3 mil toneladas negociadas).
Além da subvenção ao algodão e ao milho, a companhia apoiou com Pepro laranja, trigo e borracha. Foram arrematados prêmios para a comercialização de 18,8 milhões de caixas da fruta, com valor total de R$ 47,1 milhões. Para o trigo, foram 788,6 mil toneladas, com total de R$ 81,1 milhões em prêmios. Já para a borracha, a subvenção foi de R$ 1,46 milhão. Na avaliação de Santos, as operações cumpriram seu objetivo já que os preços dos produtos se estabilizaram acima do mínimo.
No caso do trigo, houve subvenção para 1,55 milhão de toneladas e foram arrematados prêmios referentes a 50,75% desse volume. “No último leilão que realizamos apenas 11% do volume ofertado foi arrematado, indicando que não há mais demanda pela subvenção”, afirmou Santos.
Estoques
Ao sinalizar a possibilidade de aquisição de milho no ano que vem, o presidente da Conab afirmou que não há previsão de compras de arroz, mesmo com estoques baixos do produto. Em 2014, a estatal vendeu 418,1 mil toneladas de arroz. “Em uma determinação do governo, os estoques foram praticamente zerados”, afirma Santos. O executivo lembrou que o estoque de arroz foi formado três e quatro anos atrás, por meio de AGF. “Hoje temos pouco menos de 380 mil toneladas de arroz em estoque, e a intenção era exatamente desovar esse volume”, indica.
Em dezembro, a Conab soma 1,6 milhão de toneladas de milho em estoque, 376,6 mil toneladas de arroz e 15,0 mil toneladas de trigo.
Esta semana, o Ministério da Agricultura anunciou que fará Aquisições do Governo Federal (AGF) para trigo no limite de até R$ 200 milhões. As operações visam a garantir preço mínimo ao produtor e recompor os estoques públicos. A medida havia sido anunciada pelo ministro Neri Geller em setembro, início da safra nacional, mas só confirmada agora. A data para o primeiro leilão de AGF ainda será informada.